Há um discussão estéril envolvendo o ocorrido com o jornalista Amaury Ribeiro Júnior, ex-repórter do Jornal de Santa Catarina, quando trabalhava na periferia de Brasília, semana passada. O debate gira em torno da qualificação do crime: atentado ou assalto?
Que diferença faz para os brasileiros se um sujeito foi vítima de atentado ou assalto? Em ambos os crimes, a violência é o centro da questão. Se fosse atentado, Amaury seria alçado a uma outra categoria de vítima?
O que nos parece mais interessante nesse assunto é o que disse o próprio jornalista numa entrevista ao Bom Dia Brasil: na periferia de Brasília, a vida não vale um vintém, ou seja, os moradores brincam de viver e morrer. O que Amaury declarou ao telejornal da Globo vale para quase todas as periferias das grandes cidades do País. Há uma legião de brasileiros que desconhece a palavra esperança. Para essa legião de descamisados, nenhuma bolsa-esmola funciona, simplesmente porque eles vivem num plano de realidade muito mais concreto do que o dos outros cidadãos.
Não tenho aqui, agora, as informações sobre os bolsões de miséria em torno de Brasília. Mas sei que são centenas de milhares de pessoas morando nas condições mais indignas de vida. Foram para o Distrito Federal na esperança de “beliscar” algumas migalhas que caem dos pratos privilegiados. Apesar de perceberem que as migalhas não sustentam, ficaram por lá mesmo, procriando e multiplicando as piores condições de vida possíveis (e impossíveis).
sábado, 29 de setembro de 2007
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