sábado, 29 de setembro de 2007

O último capítulo

Ao final de Paraíso Tropical, o que menos importou foi a resposta à pergunta "Quem matou Taís". A equipe de Gilberto Braga, muito habilmente, desviou o foco da questão do assassinato, derrubando todas as teses, reportagens especiais inúteis e outras bobagens que circularam por aí. Na verdade, o que os autores pretenderam foi criar um clímax surpreendente, com toques das tragédias clássicas (a grega e a de Shakespeare), num jogo de traições, envenenamentos, irmão que mata irmão etc. e tal.
Claro, teve a baboseira de sempre, o casamento, os filhos gêmeos da gêmea que sobreviveu, revelações de última hora, aquilo tudo que a fórmula tradicional da telenovela contém.
Mas o que pretendo, afinal, é saudar a inteligência dos autores, que desenvolveram uma obra atípica, fortemente inspirada na boa literatura mundial. Assim, o simplismo de "quem matou Taís" ficou pendurado no ar... para desgosto dos simplistas.
Ainda a propósito, e por sugestão do João Felipe, recomendo a matéria que a Folha de S. Paulo publicou ontem: apesar da qualidade (ou talvez por causa disso), Paraíso Tropical não foi um grande sucesso de público. (Leia a FSP aqui).

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