sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Dividindo a pobreza

O censo do IBGE descobriu que 444 cidades brasileiras tinham menos habitantes do que era estimado anteriormente. Com isso, essas cidades perdem valores substanciais do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), calculado sobre o total de habitantes.
Tal revelação aparece no exato momento em que parlamentares irresponsáveis discutem, no Congresso Nacional, uma medida de "liberou geral" para que possam ser realizados novamente os plebiscitos emancipatórios. Faz mais de uma década que a farra de criação de novos municípios acabou. De que adianta emancipar distritos pobres, com gente pobre, que vai continuar pobre (mas pobre emancipado, o que é mais chique, pelo menos para certos políticos clientelistas)?

Nosso governador, Luiz Henrique da Silveira defende, sempre que pode, a multiplicação dos municípios. Ele acha que 293, o número atual de Santa Catarina, é pouco, porque na Alemanha há mais de cinco mil cidades etc. e tal. Mas a Alemanha é a Alemanha, primeiro mundo, país rico, com uma história social, cultural e econômica totalmente diferente.

Na verdade, quem defende a criação irresponsável de mais municípios, sob o pretexto da descentralização (êta palavrinha desacreditada em Santa Catarina), quer apenas multiplicar a pobreza, porque não há orçamento federal, nem estadual, muito menos municipal, que possa dar conta das carências desses novos municípios. Ao invés disso, as doutas autoridades deveriam era lutar para fortalecer as cidades que existem - e até reduzir o número delas, fazendo com que alguns distritos emancipados (e falidos) voltassem a pertencer às cidades originais.

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