As viagens do governador Luiz Henrique da Silveira ao exterior são sempre cercadas de um relativo glamour de noveau-richisme. Nós, pobres mortais, temos a impressão de que Luiz Henrique busca em outros países aquilo que não encontra em Santa Catarina. Talvez o carinho de sua gente, uma cultura (que ele julga) mais expressiva que a nossa, um certo brilho estelar... Como saber exatamente?
No blog do Cesar Valente, lemos que Luiz Henrique volta a discutir um determinado (ou indeterminado) acordo operacional entre Santa Catarina e uma suposta produtora de Hollywood para co-produções cinematográficas. Confesso que não tenho muita paciência para pesquisar mais sobre o assunto. Porque me dá a impressão que é mais uma coisa jeca deste governo, do mesmo gênero que o Balé Bolshoi – com todo respeito aos meninos e meninas que acreditam nesse projeto –, que a consultoria de Domenico De Masi, que o Conselho Superior de Governo (um amigo anarquista diria que, se é de governo, não é superior). O que é de fora parece sempre ter mais valor do que o que é nosso. Assim, nossa literatura não vale nada, nosso cinema menos ainda, sem falar no teatro, na sociologia, na fotografia, nas artes plásticas... Até Juarez Machado, que mora em Paris há 30 anos, tem mais valor que os nossos pobres artistas que tentam, a duras penas, mostrar o que produzem aos seus conterrâneos.
Decididamente, Luiz Henrique dá a impressão de não gostar muito do Estado que governa. Está sempre infeliz, está sempre viajando para buscar novidades lá fora. Exerce o poder pelo poder, sem nenhum vínculo marcante com sua gente, com a rica História de sua terra.
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
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