Um adolescente de 16 anos é suspeito de ter matado a própria avó, em Joinville, a machadadas. Ele queria carregar os eletroeletrônicos da casa dela para vender e comprar bebida alcoólica. Como diria o Luiz Carlos Prates, por que o vagabundo não foi trabalhar?
Outro dia, embarquei num táxi e puxei conversa com o motorista. Rapidamente, fiquei sabendo que ele mora numa das comunidades mais pobres de Florianópolis, onde a cada semana morre pelo menos um adolescente, vítima da guerra do tráfico de drogas. Discutimos o assunto e eu, de forma muita inocente, ponderei: "Pobres dessas crianças, não mereciam essa vida". Ele retrucou: "Não tenho pena, não, senhor. Eles são tão culpados quanto os pais deles. São vagabundos, ordinários". Fiquei surpreso. O motorista continuou: "Comecei a trabalhar com sete anos. Vendi picolé, jornal e amendoim torradinho. Engraxei sapatos e entreguei compras de supermercado. Com 18 anos, tirei a carteira de motorista. Trabalho há 13 anos nesta profissão, sustento bem minha família e nenhum filho meu está na rua, sem nada para fazer".Ele é uma exceção, entre muitas exceções que não aparecem na mídia.
segunda-feira, 13 de agosto de 2007
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