quarta-feira, 15 de agosto de 2007

O barato sempre sai caro

A questão envolvendo o recall da fábrica Mattel - cujos brinquedos estão rigorosamente sob suspeita - remete a velhos problemas da globalização. Entre os quais, a perda inequívoca da qualidade na produção dos mais variados tipos de mercadorias. O "Made in China", longe de ser uma garantia, sempre foi para mim um sinal de perigo. E isso mesmo que as autoridades brasileiras assegurem que os brinquedos vendidos pela Mattel no País sejam seguros [levam o selo insuspeito do Inmetro]. Lembrando que não só a Mattel, como toda uma constelação de grandes corporações norte-americanas, européias e chinesas que têm fábricas no Oriente, foram responsáveis pela falência [ou pelo encolhimento] das tradicionais fabricantes de brinquedos do Brasil. Sem falar em camisetas, cristais, instrumentos musicais, artigos de papelaria etc. e tal.
Recentemente, conversando com um comerciante informal que fornece peças para computadores, chegamos à conclusão de que as máquinas vendidas hoje - a preços inacreditáveis, menos de US$ 500 - são feitas para durar dois anos no máximo. A cada dois anos, é preciso fazer o tal upgrade, porque tudo é descartável. No nosso papo, disse a ele que o meu primeiro PC, um 386, ainda funciona perfeitamente, embora seja uma carroça tecnológica. O outro PC que tínhamos em casa, desde 1998, faleceu em 2005, sete anos depois de tanto uso, com apenas 5 GB no HD. O novo PC, uma máquina moderníssima, adquirida em maio de 2005, já apresentou sérias avarias: três placas-mãe [todas de marcas de ponta] queimadas, HD trocado, placa de vídeo estourada etc. e tal.
Em outras palavras, preço baixo é quase sempre sinônimo de má qualidade. Ou, como diziam os antigos, "o barato sai caro".

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