Ninguém entende de onde vem a popularidade de Lula. É difícil mesmo. Conversei com amigos ontem e hoje, li tudo o que pude: articulistas e analistas da Folha, do Globo, do Estadão, da Época, blog do Ricardo Noblat, coluna do Cláudio Humberto etc. e tal. Não dá para compreender, embora se saiba de forma genérica que ele é querido pelas "massas", aquela gente que vê no presidente um "igual a nós", e uma parcela razoável da classe média conformada.
Há um consenso crítico na outra parcela da classe média, a que não se conforma com tudo isso que acontece por aí. Mas alguns capachos identificam nas críticas e vaias uma tendência "direitista". Acham que o "Cansei" é um movimento para derrubar o presidente. Pode ser. Não pelo golpe, mas pelas urnas, em 2010, impedindo que ele eleja um sucessor "à sua imagem e semelhança".
O Brasil precisa construir uma via alternativa. Lula quis ser essa via em 1989, 1994, 1998 e, finalmente, 2002. Vitorioso na última tentativa, buscou alianças à esquerda e à direita para governar. Mas nós sabemos quanto custou [e custa] essa "engenharia" política.
O problema todo é saber aonde chegaremos com tudo isso, com esse governo que se tornou campeão em "barrigar" problemas estruturais. Uma mobilização da classe média, como está acontecendo em muitas cidades brasileiras desde a semana passada, pode despertar ímpetos reacionários. Mas esse é o único perigo que a democracia corre. Porque, por outro lado, não se pode sonegar aos manifestantes o inerradável direito de vaiar e recriminar o presidente [foram 5 mil vaias num show de Rita Lee no Mato Grosso do Sul, ontem, segundo blog do Noblat].
Mas por que tantas vaias valem mais do que 48% de aprovação na pesquisa DataFolha? Porque a soma de incompetências, a falta de autoridade, a burrice, a estupidez, o atraso, a mediocridade...
domingo, 5 de agosto de 2007
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