sexta-feira, 17 de agosto de 2007

São Pedro não merece

Acompanhei com atenção a entrevista que o Mário Motta fez há pouco (CBN-Diário), com líderes comunitários de São Pedro de Alcântara, contrários à construção de um "cadeião" naquele município. Não acho que cidades possam ter o privilégio de se conservarem intocadas ou intocáveis quanto às questões gerais do Estado, inclusive a violência. Mas São Pedro é mesmo um marco catarinense. Embora pequena, com pouco menos de quatro mil habitantes, São Pedro deveria ser tombada como patrimônio histórico e cultural do Brasil. Foi a primeira colônia alemã em Santa Catarina e, se não estou enganado, a segunda do Brasil. Lá chegaram imigrantes com sobrenomes como Bornhausen, Konder, Schmidt [e suas variações Schmitt, Schmitz], Kehrig [mudado para Koerich no final do século 19], Deschamps, Althoff, Kretzer, Phillippi, Bauer, entre tantos outros, que ajudaram e ajudam a construir a História catarinense e brasileira. Muitos enveredaram pela política - inclusive três governadores de origem germânica -, outros se transformaram em grandes empresários ou profissionais destacados nos mais variados tipos de atividades. É impossível desconhecer o peso de São Pedro para Santa Catarina. Querer transformar aquela pequena comunidade num depósito de presidiários contraria qualquer norma do bom senso, racionalidade e respeito.

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