Fico emocionado em rever meu crachá de identificação, em reler os jornais baianos e catarinenses... Os daqui exageraram nas tintas. Fomos dados como presos - na verdade, detidos, interrogados e fichados em oito barreiras montadas pela ditadura, nos três dias de viagem que enfrentamos -, nossos parentes se apavoraram, o então deputado Dejandir Dalpasquale [PMDB] entrou na história, acompanhando nossa trajetória por telefone. Tudo terminou muito bem, voltamos mais aliviados, sem transtornos, embora tensos.
Do que me lembro, além da grande festa democrática que foi o congresso, um destaque especial: a abertura do evento, feita pelo ex-presidente da UNE, José Serra, hoje governador de São Paulo. Ele era um líder respeitadíssimo, tanto quanto o foram também José Dirceu, Luiz Travassos e Vladimir Palmeira, com a diferença de que Serra sempre foi mais moderado.
Dos que estiveram lá comigo, todos participaram do episódio conhecido como Novembrada, naquele mesmo ano. Digamos que a organização central daquela manifestação partiu do grupo que reconstruiu a UNE, embora nem todos tenham sido presos - a Polícia Federal identificou e colocou em cana os sete mais exaltados [e o Mosquito estava entre eles...].
É claro que não vejo a UNE de hoje da mesma forma que à época. Em 1979 tratávamos de lutar pela recuperação das liberdades democráticas, pela anistia ampla, geral e irrestrita, pela Constituinte. Era um outro momento histórico. A juventude estudantil de hoje tem outras causas, é menos esquerdista e mais anarquista [o que não quer dizer que isso seja ruim].
Quando vejo meninos e meninas "politizados" ainda vejo esperança - e eu os amo e respeito por isso, porque eles ainda têm a coragem de acreditar num mundo melhor e mais justo, num Brasil moderno e vibrante, com a cara de sua gente... E penso: sim, é possível. Sempre será possível, apesar de tudo.
Um personagem
Impossível não registrar a presença de um anjo da guarda em nossa estada na Bahia. Quando chegamos a Salvador, um homem muito simpático se aproximou de nós, para nos orientar e oferecer ajuda. Era um médico, possivelmente comunista [era o que pensávamos], de boa situação financeira. Ele nos ofereceu sua casa de praia, nas proximidades de Salvador, para que pudéssemos tomar banho e dormir.
Fez mais ainda: a foto que está publicada aqui [entre outras] foi registrada por ele, a meu pedido, para que fosse publicada no Jornal da Semana, onde eu trabalhava à época.
Não lembro o nome dele. Mas foi um personagem marcante na nossa passagem por Salvador durante o congresso da UNE.
Impossível não registrar a presença de um anjo da guarda em nossa estada na Bahia. Quando chegamos a Salvador, um homem muito simpático se aproximou de nós, para nos orientar e oferecer ajuda. Era um médico, possivelmente comunista [era o que pensávamos], de boa situação financeira. Ele nos ofereceu sua casa de praia, nas proximidades de Salvador, para que pudéssemos tomar banho e dormir.
Fez mais ainda: a foto que está publicada aqui [entre outras] foi registrada por ele, a meu pedido, para que fosse publicada no Jornal da Semana, onde eu trabalhava à época.
Não lembro o nome dele. Mas foi um personagem marcante na nossa passagem por Salvador durante o congresso da UNE.
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