Hoje cedo, tive compromisso em São José. Fui de carona com um colega de trabalho. Ida tranqüila, coisa de 15 minutos. Mas a volta, às 10h15, foi um tormento. Tivemos de retornar por Coqueiros, porque a Via Expressa da BR-282 estava completamente parada.
As questões urbanas não se resumem ao trânsito, que vai de mal a pior. Há outros problemas estruturais, gravíssimos, relacionados à ocupação desenfreada e irresponsável da Ilha de Santa Catarina. Junto com essas questões estruturais, vêm também os desafios sociais, a proliferação das comunidades pobres, que criam bairros em áreas de preservação permanente, onde não há ruas, mas servidões precárias; sem esgoto, mas com água encanada, energia e até TV a cabo.
Ninguém faz nada. Quem tem autoridade, tolera, porque o voto fala mais alto. Quem não tem autoridade, tenta organizar a coisa, tenta chamar a população à participação nas discussões sobre o novo plano diretor. Mas nada evolui, nada sai do lugar. Nem os automóveis, presos nos engarrafamentos, nem a população pobre, refém da falta de emprego, de renda e de perspectivas. Assim, marchamos para a inviabilidade. Até o ponto em que, certamente, teremos de desistir de Florianópolis para, quem sabe, reencontrar Desterro em outro lugar, com menos automóveis, mais bicicletas; menos violência, mais solidariedade. Nem que seja em Pasárgada.
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