terça-feira, 16 de outubro de 2007

Varejinho policial

Outro dia, conversava com um amigo, veterano repórter policial. A certa altura, ele me fez uma observação muito interessante: o noticiário policial está irremediavelmente banalizado. O que nós chamávamos de “varejo” (ou matérias sobre “ladrões de galinha” ou “pés-de-chinelo”) virou um padrão geral nesses programas que as emissoras de televisão insistem em produzir todos os dias, pela manhã, à tarde e à noite.
Apesar de concordar com meu amigo, de vez em quando dou uma zapeada (ou zapiada) pelos canais. Hoje, parei no Hélio Costa. Numa matéria, a apreensão de uma máquina caça-níquel em Palhoça. O equipamento ficava dentro de uma mala (tipo um notebook gigante). A esperteza dos donos da máquina: chegou a polícia, é só fechar a mala. São uns malas mesmo, esses que se julgam acima da lei e da ordem.
Na outra matéria, a antimatéria: um grupo de adolescentes foi apreendido ontem à noite, na Praia de Fora (Palhoça), enquanto saboreava um churrasquinho. O próprio Hélio sentiu que a pauta não era pauta (mas o programa tem que ter matérias para apresentar): os garotos foram presos por engano. Na verdade, houve um arrombamento numa residência próxima à casa em que eles estavam. Como estavam se divertindo muito, a polícia achou que eles eram os autores do crime. Não eram. Passaram a noite acorrentados às colunas da delegacia de polícia, rindo da própria desgraça.

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