segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Um tempo necessário

Por causa de compromissos profissionais, vou ter de suspender a publicação simultânea do blog no UOL e aqui no Blogger. Portanto, peço aos leitores que me perdoem, mas por alguns dias não poderei continuar atualizando dois blogs. Fico só no UOL, porque lá a responsabilidade é redobrada - o selo de Blogs Legais do Público e mais de 300 acessos diários me exigem um pouco mais de dedicação. Sendo assim, continuo atualizando o de lá até que possa voltar para cá. (Clique AQUI para acessar).

ATENÇÃO

Por causa de compromissos profissionais, não haverá atualização deste blog na manhã desta segunda-feira. Só volto a escrever à tarde.

Uma explicação

Para os novos leitores entenderem: este blog não tem um "estilo definido". Na verdade, pratico aqui o que os franceses chamam de de tout un peu, ou seja, de-tudo-um-pouco. Cultura, memória, política, cidadania, humor, causas, críticas, fotos, reportagens, enfim, uma geléia geral de idéias, diversões e coisas sérias. Sou jornalista independente e free-lancer [sem vínculo direto com veículos de comunicação] e aposto na internet como o grande meio de comunicação de hoje e do futuro. Entre outros, trabalhei nos jornais O Estado, de Santa Catarina e A Notícia, tendo sido editor-chefe dos três [no caso do último, especificamente do ANCapital, entre 2000 e 2003].
Também fui colunista político, tanto d'O Estado quanto do Santa. Além de tudo isso, sou poeta, contista [inédito] e fotógrafo amador.

Mobilização em São Pedro continua

Ao que tudo indica, a mobilização em São Pedro de Alcântara não pára, conforme asseguram os leitores em comentários enviados ao blog. Os moradores vão continuar resistindo à tentativa do governo de construir lá uma filial do inferno – um cadeião para abrigar a escória que age na Grande Florianópolis.

– É uma pena, que este governo que tanto fala em descentralizar, está centralizando o que não presta em São Pedro de Alcântara, que tem como população um povo bom, honesto e hospedeiro. Parabéns aos que estão nesta luta e vamos unir nossas forças até o fim.
[Marione Aparecida Lohn Hames]

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– É lamentável que a população tenha que chegar ao ponto de se acorrentar para chamar a atenção dos poderes públicos. Nos períodos de eleição não precisamos de nenhum manifesto para que os políticos venham a nosso município. Eles vêm por vontade própria pois os interesses particulares falam mais alto. Chegam dando tapinha em nossas costas, falando alto nos microfones, prometendo mil e uma coisas como asfalto, segurança, educação, saúde ... mas na hora em que precisamos não encontramos apoio. Isto é uma vergonha não só para o nosso Estado, mas para o Brasil. Ficamos felizes em saber que existem pessoas e empresas comprometidas com nossa causa. Estas sim são dignas de nossa confiança.
[Karini]

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– Damião, o "corpo mole" da RBS tem explicações!!! A greve de fome do bispo de Barra (BA), dom Luiz Cappio, contra a transposição do São Francisco, já foi noticiada com destaque, seguidamente. SPA e o movimento da população não é pauta pois... ora pois...
[Sergio Luiz da Silva]

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– Incrível como a chamada grande imprensa pouco (melhor dizendo, quase nada) fala do assunto. Talvez por não conhecerem direito Santa Catarina e nem da sua história. E nem a sua gente. Só falam de abobrinhas (geralmente comerciais e financeiras) de sempre. Ou de papagaiada sobre o tempo e se as praias tiveram movimento ou não. Parabéns ao Noticias do Dia e a você Carlos Damião.
[Siri Goyá]

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– Sim, Damião, alguma autoridade do governo ou mesmo o secretário de segurança Ronaldo Benedet já se pronunciou sobre o fato? É de se estranhar esse silêncio do governo. Será que pensam em esperar a poeira baixar. Mas os moradores de SPA não vão desistir enquanto não obtiverem a certeza de que o cadeião não será construído no município deles.
[Francisco Dantas]

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– Quando se fala em cadeião, observa-se que os grandes municípios são respeitados porque têm peso político (grande número de eleitores), o que não acontece com São Pedro de Alcântara, portanto somos ignorados por algumas autoridades que têm poder, ignorando as leis municipais, menosprezando a população. É lamentável que a população tenha que fazer manifesto para reivindicar o direito de liberdade e de paz que aos poucos está sendo enterrado pelas autoridades que deveriam dar exemplo. Este é o agradecimento que o sr. secretário de segurança está dando ao povo de São Pedro de Alcântara pelos votos recebidos nas últimas eleições.
[José]

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– Olá Damião, realmente é difícil conseguir o apoio da mídia (impressa e/ou televisiva) para dar cobertura às nossas manifestações, contudo fico feliz, em ver que ainda existem pessoas e empresas comprometidas com cousas justas.
[Claudionei]

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– Não entendo por que esse blog entrou na discussão sobre São Pedro ter não ter a central de triagem (que não é cadeião como vocês chamam); será que o autor do blog tem propriedades rurais em São Pedro e está preocupado com a desvalorização dos imóveis? Ou, quem sabe, parentes na cidade? Não leva a mal, não, mas é que eu tô estranhando essa defesa toda...
[André O.]

Minha resposta para André O. está na caixa de comentários do post Notícia que é Notícia (este AQUI).

domingo, 16 de dezembro de 2007

Notícia que é notícia

Não vi nos veículos da RBS o mesmo destaque que a Rede SC [TV e jornal Notícias do Dia] deu para a luta do povo de São Pedro de Alcântara contra a instalação do cadeião naquele município. O Notícias do Dia publicou o assunto como manchete na edição de sábado-domingo.
Vão dizer que o prefeito, vereadores, líderes comunitários e moradores acorrentados a uma ponte – para impedir o início das obras – não é suficiente para se tornar notícia? Não só é notícia estadual, como também é nacional.

Alma do negócio

Não tenho nada contra propaganda, antes pelo contrário. Sem patrocínios comerciais, ninguém teria acesso aos meios de comunicação, porque eles simplesmente não existiriam.
Mas, cá entre nós, o Governo Federal projetar um gasto de R$ 150 milhões em publicidade, para 2008, é uma coisa muito desmedida, não é não? Já pensaram aplicar uma parte dessa verba na saúde e na segurança pública?
A informação é da Agência Estado, mas você pode ler também aqui.

Boletim dos governadores


Pesquisa do Datafolha divulgada na edição deste domingo (no site da Folha, só para assinantes) coloca o governador catarinense em 6º lugar no ranking geral de aprovação popular. O 1º colocado é o galã Aécio Neves, de Minas Gerais, virtual candidato do PSDB à Presidência da República em 2010.

1º - Aécio Neves (PSDB-MG) --------- 7,7
2º - Cid Gomes (PSB-CE) ------------ 6,6
3º - José Serra (PSDB-SP) ----------- 6,5
4º - Eduardo Campos (PSB-PE) ------- 6,4
5º - Roberto Requião (PMDB-PR) ------ 6,3
6º - Luiz Henrique (PMDB-SC) -------- 6,1
7º - Jacques Wagner (PT-BA) -------- 6,0
8º - Sérgio Cabral (PMDB-RJ) --------- 5,9
9º - José Roberto Arruda (DEM-DF) --- 5,3
10º - Yeda Crusius (PSDB-RS) ------- 4,2

A pesquisa foi realizada entre 26 e 29 de novembro, sendo ouvidas 11.050 pessoas nos nove Estados e no Distrito Federal. Os oposicionistas de Luiz Henrique dirão que o universo pesquisado é pequeno, quase um terço do território nacional. Se todos os Estados tivessem participado da sondagem, qual seria a posição do governador catarinense?

sábado, 15 de dezembro de 2007

De volta, mas muito rapidamente

Havia decidido me dar um folga no dia de hoje, mas o acidente envolvendo uma equipe de repórteres do Governo do Estado, em Lages, acabou interrompendo o descanso. O texto está logo abaixo (post anterior). Agora sim: volto amanhã.

O acidente em Lages

As informações mais recentes dão conta de que o jornalista Evandro Baron e o fotógrafo Jackson Zanco, envolvidos num grave acidente de trânsito hoje em Lages, sofreram apenas ferimentos leves. O motorista do veículo, um Astra alugado pelo Governo do Estado, Valmor Antunes, morreu na hora. Os três retornavam para Florianópolis, depois de terem acompanhado o governador Luiz Henrique da Silveira em compromissos oficiais no Oeste do Estado. Tanto Evandro quanto Jackson são funcionários da Secretaria de Comunicação Social. O motorista era empregado de uma empresa prestadora de serviços.

Uma nota sobre Evandro, velho amigo, companheiro de trabalho durante muitos anos no jornal O Estado: quando comecei o blog, em abril de 2004, ele foi a primeira pessoa a me estimular. Durante uma semana, criticou o conteúdo e me orientou sobre como deveria ser um blog. Logo a seguir, entrou na parada o meu filho, João Felipe, que foi o primeiro a sugerir a publicação das minhas fotos neste espaço.

Também blogueiro (o link está no menu aí ao lado), mas bissexto, Evandro é leitor assíduo deste espaço, deixando comentários registrados eventualmente. É jornalista talentoso, tendo sido um competente repórter de política n’O Estado, numa equipe que tinha também a Deborah Almada e a Lúcia Helena Vieira.

Um abraço pra ele, torcendo para que se recupere rapidamente do violento acidente de hoje.

P.S. – Até há pouco, somente o Diário on Line havia registrado o acidente em Lages. O site do governo não foi atualizado hoje. A matéria completa do DC está AQUI.

Fábula de um Arquiteto

Brasília, obra imortal de Niemeyer, numa capa da revista Manchete, publicada em setembro de 1972

Passei minha meninice ouvindo falar de Brasília e de Oscar Niemeyer. A revista Manchete, que era a leitura semanal em nossa casa, tinha como tema recorrente dois personagens: Juscelino Kubitscheck e Oscar Niemeyer. JK com seu sorriso, Niemeyer com sua expressão de gênio, Brasília ao fundo, como prova irrefutável da genialidade humana.
No centenário do arquiteto, fui à biblioteca buscar um livro de que gosto muito – a Antologia Poética de João Cabral de Melo Neto, publicado em 1978 pela editora José Olympio, reunindo as obras "A Educação Pela Pedra", "Serial", "Quaderna", "Uma Faca Só Lâmina", "Paisagens com Figuras", "O Cão sem Plumas", "Psicologia da Composição", "O Engenheiro" e "Pedra do Sono".
Cabral também foi gênio.
Do primeiro dos livros, "A Educação Pela Pedra", colhi "Fábula de um Arquiteto", beleza de poema, minha modesta homenagem a Niemeyer no dia dos seus 100 bem-vividos anos:

A arquitetura como construir portas,
de abrir; ou como construir o aberto;
construir, não como ilhar e prender,
nem construir como fechar secretos;
construir portas abertas, em portas;
casas exclusivamente portas e tecto.
O arquiteto: o que abre para o homem
(tudo se sanearia desde casas abertas)
portas por-onde, jamais portas-contra;
por onde, livres: ar luz razão certa.

2.

Até que, tantos livres o amedrontando,
renegou dar a viver no claro e aberto.
Onde vãos de abrir, ele foi amurando
opacos de fechar; onde vidro, concreto;
até refechar o homem: na capela útero,
com confortos de matriz, outra vez feto.

Influências do gênio

O Cesar Valente também acertou: o projeto do Lagoa Iate Clube foi assinado pelo gênio Oscar Niemeyer. Muitas obras dos anos 1960 foram inspiradas no arquiteto. As linhas do Instituto Estadual de Educação são claramente copiadas do estilo de Niemeyer daquela época. Algumas casas antigas da Avenida Rio Branco, que era a nossa avenida modernista, também seguiram a tendência daqueles tempos.

Grande Tim

Melhor do que Roberto Carlos, Xuxa et caterva: o "Por Toda a Minha Vida" dedicado a Tim Maia foi um bálsamo para nossa sexta-feira à noite. Voltei à minha adolescência. A Globo deveria exibir o especial, da mesma forma que o de Renato Russo, pelo menos uma vez a cada três meses. Saudade de Tim Maia. Como se diz aqui na Ilha, "era um monstro", maluco beleza, gênio da raça.

Sugestão aceita

O DC on-line mudou o formulário dos comentários nos blogs. Agora, não há mais a opção automática de RS (Rio Grande do Sul) para indicar a procedência de quem comenta. Agora é SC (Santa Catarina) direto. Beleza pura.

Covardia

Do leitor João Marcos sobre a luta dos moradores de São Pedro de Alcântara para não permitir a construção de um cadeião na cidade:

A bela e cultural cidade de São Pedro de Alcântara está correndo o risco de se tornar um Carandiru catarinense. Tendo em vista que a cidade possui 3.800 habitantes e já possui uma população carcerária de 1.200 presos, e querem trazer mais um cadeião com capacidade para 250 presos. Ao realizarmos um levantamento estatístico há superlotação em todos os cadeiões existentes que chega a 200% a mais da capacidade projetada, aumentando o número de presos na cidade para mais de 2.000 presos ou seja 50% da população do município irá ser carcerária. Isto é um absurdo, é covardia, seus covardes!!!
Precisamos de ajuda, Fora cadeião!!!!

Outros comentários sobre o mesmo assunto:

Engana-se quem pensa que nos assustou com algumas máquinas... O povo de São Pedro é ordeiro, muito unido e jamais permitirá esta ignorância. [Francisleine]

Caro Damião. Após o episódio desta manhã os moradores de São Pedro de Alcântara ainda estão reunidos em vigília... e continuarão até ter a resposta de que o Centro de Triagem não será construído em nosso município.. A sociedade está unida e conta com o seu apoio. [Solane]

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Mais iguais e menos iguais

A questão do sistema de cotas virou uma bagunça, como quase tudo neste País. Decisões isoladas, de conselhos universitários, estão criando um sistema de desigualdade, em total desacordo com a Constituição Cidadã de 1988. É por isso que as decisões do Judiciário Federal têm sido conflitantes - alguns juízes entendem o sistema como correto, outros percebem justamente a inconstitucionalidade.
Como tantas outras coisas que só acontecem no Brasil, por que um assunto tão polêmico não é disciplinado por uma lei única (na verdade uma emenda constitucional)?

Mesmo sendo leigo, arrisco em dizer que o sistema de cotas - adotado de maneira indiscriminada e sem qualquer amparo na legislação - é absolutamente ilegal, populista e injusto. Se há uma lei maior, que reconhece direitos iguais para todos, por que as universidades se sobrepõem à Constituição? Se nem todos têm direitos iguais, que se mude então a Constituição, estabelecendo, por exemplo, que alguns são mais iguais que outros; ou que muitos são menos iguais que outros.

As pesquisas de Toni Jochen

Na cópia deste blog, atualizada diariamente no Blogger, o leitor Filipi deixou o seguinte comentário:

“Damião, recomendo também os livros do Toni Jochen:
1) São Pedro de Alcântara 170 anos depois... [Súmula AQUI]
É um livro fininho, cerca de 100 páginas com uma linguagem bem simples e ótimo pra quem sabe pouco ou nada sobre a cidade.
2) São Pedro de Alcântara - Aspectos de sua História. [Súmula AQUI]
Este é um pouquinho maior, umas 300 páginas. É um conjunto de artigos de vários estudiosos e admiradores da história dos imigrantes alemães em Santa Catarina.
Os dois são baratinhos e valem e pena serem lidos.

Tem um livro que eu vi lá na Feira do Livro, que está acontecendo na Alfândega, em Floripa: São Pedro de Alcântara, Memórias de Nossa Terra e Nossa Gente, de Osvaldo Deschamps. Este eu não li, apenas dei uma olhadela e parecia ser interessante.

Mais uma curiosidade:
O deputado federal Gervásio Silva é de São Pedro de Alcântara".

FOTOS EXCLUSIVAS DE SÃO PEDRO



Mobilização dos moradores de São Pedro de Alcântara, hoje pela manhã, contra o início das obras do cadeião do governo no município. As imagens foram enviadas pelo Claudionei Reitz, com exclusividade para este blog. Reparem, na segunda imagem, os moradores que se acorrentaram à ponte. Claudionei diz também que "o bicho vai pegar" hoje à tarde. Grato, meu caro alcantarense.

Na mosca

Leitor Amorim foi na mosca: o LIC – que aparece numa foto aérea em post publicado aqui hoje (role a página para baixo) – foi projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, que está completando 100 anos de idade. Niemeyer também foi autor de um projeto de urbanização da praia de Jurerê, muito antes do Jurerê Internacional. O jornal O Estado publicou, há poucos dias, uma matéria sobre o assunto, reproduzindo inclusive as plantas originais.

Entrevista

Recomendo aos leitores a ótima entrevista de Marta Gleich, diretora de Jornais Online da RBS, ao site Acontecendo Aqui. Ela explica, nos mínimos detalhes, todo o processo de evolução da RBS para o jornalismo on-line. Lá também estão publicadas fotos do pessoal que trabalha no novo DC (salve, Carlito!). LEIA AQUI

Governo força a barra

Fechou o tempo em São Pedro de Alcântara. O leitor Claudionei Reitz informa que alguns moradores se acorrentaram à ponte, próximo ao local onde o governo pretenderia construir o cadeião, para impedir o início das obras. Os governantes forçam a barra para ganhar a questão na base da força. Vão perder, porque a população precisa ser ouvida. Por que nossas doutas autoridades não promovem uma audiência pública na cidade? É preciso consultar os moradores!
Mais detalhes ao longo da tarde.

[Alô pessoal de São Pedro – Meu e-mail é carlosdamiao@gmail.com]

A crise do LIC e o projeto do LIC

Há dias, li num dos nossos jornais que o Lagoa Iate Clube (LIC) está em crise. Todos os clubes tradicionais vivem situações semelhantes, porque os sócios não têm mais interesse em mantê-los. "Só os mais velhos é que ainda se dedicam", me confessou há meses, num encontro informal, o ex-presidente do Clube 12 de Agosto, Laudares Capela, 80 anos de idade.
As explicações são as mais variadas. Uma delas, de que os modernos condomínios – alguns com salões de festa que se transformam em boates, churrasqueiras, salas de ginástica, sauna, playground, piscinas, cinemas e outros equipamentos – tiraram a razão de ser dos clubes. Outra, de que freqüentar clubes deixou de ser chique. A prática sobrevive apenas nos municípios menores, onde as pessoas ainda se conhecem e não fica bem deixar de comparecer a um evento no clube local.

Mas comecei falando do LIC. A imagem aérea do clube (acima), num postal do final da década de 1970, remete a duas perguntas: quem projetou o LIC? Quem foi o empreendedor? Para quem conhece Florianópolis, as respostas são fáceis. Moleza, moleza. [Crédito do postal: Edicard]

Língua viva, letra morta

Interessante o projeto aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, que disciplina o uso de palavras estrangeiras no Brasil, incluindo peças publicitárias. Quando utilizadas, as palavras devem ser acompanhadas da tradução para o português, em letras de igual destaque.
Alguns países, como a França, têm essa preocupação em preservar a língua pátria.
O problema é explicar para os mais jovens por que a globalização permite a comunicação livre, sem barreiras lingüísticas, e um país como o Brasil dá um passo tão tardio para preservar ou resgatar a beleza do idioma português.

Por falar em idiomas e sotaques, o Bom Dia Brasil exibiu matéria do repórter Ricardo von Dorff sobre o modo de falar do manezinho da Ilha. A questão é que, diante da complexidade do tema, a reportagem foi muito curta. Quem pegou o bonde andando não entendeu nada.
O museólogo e pesquisador Gelcy Pena Coelho (Peninha) foi uma das fontes utilizadas pelo repórter para explicar o sotaque e as expressões do litoral catarinense. Lembrando que 2008 assinalará os 260 anos da chegada dos primeiros açorianos ao porto de Nossa Senhora do Desterro.

Um lugar muito especial

Capa do livro de Aderbal João Philippi, lançado em 1995, com apoio do Instituto Teuto-Catarinense de Cultura. A obra é indispensável para quem precisa conhecer a história dos alemães em Santa Catarina, principalmente nossas autoridades


Talvez as nossas doutas autoridades não conheçam bem a História de Santa Catarina. Mas é possível clarear algumas mentes, torcendo para que ainda existam mentes abertas, respeitosas e democráticas entre os nossos governantes.
Dito isso, vamos lembrar que os primeiros imigrantes alemães, num total de 276 pessoas, chegaram a Desterro (hoje Florianópolis) em 7 de novembro de 1828, desembarcando do brigue Luiza. Cinco dias depois, o bergatim Marquez de Vianna trouxe mais 359 pessoas. Esses pioneiros ficaram na capital da Província (hoje Estado) até março do ano seguinte, quando foram transferidos para área onde seria fundada a colônia de São Pedro de Alcântara.
Quase todos vieram da região do Hansrück, uma região muito pobre do que seria, mais tarde, o Estado alemão.
Traídos pelas autoridades do Império e sobrevivendo em condições difíceis na colônia de São Pedro, muitos rumaram para outros lugares de Santa Catarina, fundando povoações no Alto Biguaçu, Vale do Itajaí, Vale do Braço do Norte e Planalto Serrano.
O fluxo migratório alemão para São Pedro durou até a década de 1860, conforme registra o historiador Aderbal João Philippi, em seu livro "São Pedro de Alcântara – A Primeira Colônia Alemã de Santa Catarina".
Alguns dos sobrenomes mais conhecidos da política, da cultura, do funcionalismo público, da Igreja Católica, do magistério, de inúmeras profissões e do mundo empresarial catarinense têm raízes entre aqueles pioneiros. Estes, que pesquisei no livro de Aderbal, são alguns exemplos:

Backes, Bauer, Baungarten, Becker, Besen, Bins, Bornhausen, Büttner, Colin, Deschamps, Fischer, Görent (Gerent), Heinzen, Hoffmann, Höschl (Hoeschl), Junkers (Junkes), Kehrig (Koerich), Klasen (Clasen), Kretzer, Lohn, Ludwig, Martendahl (Martendal), May, Meier (Mayer, Meyer), Michels, Müller, Petri, Petry, Philippi, Prim, Reitz, Schäfer (Schaefer), Schmitt, Schmidt, Schmitz, Schneider, Schüttel, Stähelin, Stein, Waldrich (Waltrich), Weber, Wendhausen, Werner, Zimmer, Zimmermann.
Nota - Os que estão entre parêntesis são sobrenomes alterados e como são conhecidos hoje.

Curiosidades

* O ex-senador Jorge Bornhausen é trineto do pioneiro Jakob Bornhausen
* A ex-prefeita de Florianópolis, Angela Amin, é Heinzen por parte de pai e Schmitt por parte de mãe
* O atual prefeito de São Pedro, Ernei Stähelin, é descendente direto dos pioneiros
* Além de alemães, também suíços, belgas e açorianos participaram da formação da colônia

SAIBA MAIS

* São Pedro de Alcântara pertenceu primeiro a Desterro, mas quando São José se desmembrou da Capital, em 1833, passou ao controle do novo município. Em 1844, São Pedro foi elevada a freguesia.
* Foi elevado a município através da lei 9.534, de 16 de abril de 1994. O 16 de abril é a data oficial de aniversário. É o município mais jovem de Santa Catarina
* É Capital Catarinense da Colonização Alemã – Lei 13.173, de 29 de novembro de 2004
* População estimada em 2006 – 3.868 habitantes
* Área total – 140 km²
* Rodovia de acesso – SC-407 (a partir da BR-101)
* Distância da capital – 31 km
* O ano de 2008 assinala o 180º aniversário da chegada dos primeiros colonos alemães a Desterro. Em 2009, será o 180º aniversário de fundação de São Pedro de Alcântara

É pouco?

Para mais informações, recomendo a leitura do documento que está no site da prefeitura, "180 anos da colonização alemã em Santa Catarina x centro de triagem" (AQUI). O documento abre direto em PDF.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

São Pedro continua na luta

O pessoal de São Pedro de Alcântara continua em vigília. Eles responderam à indagação que lancei num posto de hoje à tarde. Leiam o que dizem alguns participantes do movimento contra a construção do cadeião no município:

A SSP esta trabalhando por trás do panos, pensando que o povo de SPA é burro. A SSP não viu nada ainda. Podem apostar que SPA irá ganhar essa batalha. [Jonas]

Damião, Estamos em vigília e estaremos o tempo que for necessário. Engana-se quem pensa que nos vencerá pelo cansaço, pelo contrário, esta luta nos motiva a cada dia. Obrigada pelo apoio prestado ao nosso município. Contamos com você. [Karini]

Caro Damião, continuamos na vigília, na cabeceira da ponte que da acesso a penitenciária e ao terreno a onde querem construir o cadeião. Nossa situação/posição é firme. FORA CADEIÃO!! Enquanto o secretário da SSP não divulgar outro local (município) para a dita construção, continuaremos na luta. Já sabemos que juridicamente o Estado não tem poder para construir o cadeião em SPA, porém, não podemos e não iremos baixar a guarda. Agradecemos seu apoio, e contamos com você até a decisão final. [Claudionei]

Na verdade, Damião, a gente espera que este silêncio signifique que o Governo do Estado e, mais especificamente os responsáveis pela Segurança Pública, estejam trabalhando numa solução alternativa, que há, e deixem São Pedro de Alcântara em paz, com os 1.000 presos que lá já se encontram em situação estável: julgados, condenados e que não causam muito transtorno no dia-a-dia da cidade. Já o Cadeião, não! Pra começar, a nossa única via de acesso é precária, sinuosa, com muitos morros, sem acostamento, muito perigosa. Já é perigosa só com a demanda de tráfego local, imagina com o Cadeião lá e o transporte diário, 24 horas por dia, de presos pra cima e pra baixo naquela estradinha que nos atende? Isso sem falar nos riscos do transporte destes presos, que requerem escolta policial, somando 2 ou 3 viaturas para cada preso transportado. Sem falar na facilidade de bloqueio da estradinha para o resgate do preso. Isto deveria ser instalado ao longo da BR-101, que é duplicada. Na SSP tem alguém que pensa? [Roberto Stähelin]

Menos propaganda, mais vendas?

Até os porteiros dos prédios estão estranhando: este é o primeiro dezembro, nos últimos sete anos, sem a presença daquelas pilhas de tablóides de ofertas distribuídas pelos edifícios da cidade.
Das duas, uma: ou as vendas estão a todo vapor ou, pelo contrário, as lojas estão vendendo menos e aplicando mais em mídia televisiva.
No ano passado, me lembro bem, a uns 15 dias do Natal havia no meu prédio umas dez pilhas desses encartes coloridos que indicam os caminhos para os paraísos do consumo.

Silêncio

Não se fala mais sobre São Pedro de Alcântara. Tudo resolvido? Ou o povo de lá continua na vigília?
Mas o governo, que deveria dizer alguma coisa, não diz.
Por que não imita o Hugo Chávez e faz um plebiscito em São Pedro? Perderia por mais de 90%, é certo.

Correção

Velho Bruxo corrige Paulo Dutra: o prédio daquela foto antiga era da Assistência Municipal, não estadual. Seria uma espécie de posto de saúde daqueles tempos (décadas de 1930 e 1940).

Mais sobre a foto do Largo Fagundes

Meu querido amigo Paulo Dutra que, como competente fotógrafo, tem uma excelente memória fotográfica, enviou por e-mail seu comentário sobre aquela foto antiga publicada ontem. O texto do Paulo está aqui, na íntegra, porque ele é um figuraço:

Damião, seu tolo... Aquela foto que você publicou em seu blog é da antiga Praça da Assistência... Isso mesmo, Assistência, atual praça do Largo Fagundes. Assistência era um órgão estadual médico que ficava naquela casa grande à direita. Quando menino, meu pai e minha mãe me levavam lá para consultas médicas. [Paulo Dutra]

Quando a mordida é notícia

Existe uma máxima do jornalismo (surradíssima, é verdade) que diz o seguinte: se um cachorro morde um homem, isso não é notícia. Mas se um homem morde um cachorro, isso é notícia.
A notícia aconteceu de verdade na Índia. Leia a matéria completa AQUI

Mãe de um PM desabafa

Uma amiga do blog tem um filho que é policial militar. Ela enviou um comentário, a propósito do post “Perdidos no paraíso”, publicado aqui na madrugada de hoje. Ela se identificou corretamente, com nome, e-mail, endereço, telefone etc. e tal. Mas não quer que seus dados sejam divulgados, porque o filho seria punido. Eis o texto, de onde suprimi algumas informações que poderiam revelar a identidade do soldado:

"Caro Damião! É, realmente, lamentável a situação dos PMs de SC. Meu filho é policial (...) As condições de trabalho são péssimas. Não têm viaturas decentes, depois de dois anos não recebeu uma farda nova sequer. A camisa de verão ele ganhou de um colega, e como só tem uma, lava de noite pra usar de dia. A arma que ele usa teve que comprar, pois a da PM mais parecia arminha de brinquedo, colocando a vida em risco. E apesar de tudo isso, veste a camisa, não se deixa corromper, defende com garra a corporação a que pertence. Damião, gostaria que publicasse esse comentário, mas não gostaria que publicasse minha identidade, pois meu filho seria identificado facilmente e poderia sofrer represálias".

O relato dessa mãe dá uma ótima pauta. Por que os jornais e as TVs não entrevistam os parentes (mães, filhos, esposas) dos PMs para saber a real situação vivida pelos profissionais da segurança pública? Lembrando que eles, PMs, não podem falar porque serão punidos pela Corporação, a quem devem obediência total.

A CPMF, um tédio só

Acompanhei a votação da CPMF até o fim, cerca de 1h10 da manhã. Mas não consegui me arrastar do sofá até o computador para escrever mais duas ou três linhas sobre a derrota do governo. Além do sono, que não me largava, senti uma sensação de tédio muito intenso – porque a CPMF é um assunto vencido e chato.
A destacar, tão-somente, a vitória da oposição. Finalmente, a oposição deu uma dentro, no mesmo dia em que o presidente Lula aparecia numa pesquisa, de novo, como um presidente queridinho pelo povo. Povo que, aliás, não faz a mínima do que seja CPMF.

O novo Diário na internet

Ficou bacana o DC On-line. Mais dinâmico, claro, atualizado, fácil de ler. Dei uma espiada nos blogs. Gostei da novidade de descobrir Camille Reis no cardápio, ela que já se destaca entre os grandes profissionais da RBS, como editora e apresentadora do Estúdio Santa Catarina. Dei uma passada inevitável pelo Cacau Menezes, pelo Moacir Pereira, Roberto Azevedo... Os outros ainda não li, porque é muita coisa. O que achei estranho foi o quadro de "Comentários". Você vai preenchendo os campos obrigatórios e, quando chega ao Estado, já tem uma opção pronta: RS. Não seria natural que, no caso do DC, a opção direta fosse SC?
Interessante, como convém a uma edição on-line, que o cardápio de Notícias do Clic RBS esteja dentro do site. Aliás, quando você vai ao menu do Clic RBS, este remete diretamente para o DC On-Line.
Parabéns aos profissionais que participaram do processo de transformação.

Perdidos no paraíso

Se os governantes catarinenses fizessem menos pose e atentassem mais para os verdadeiros desafios que se revelam às claras - segurança, sistema prisional, saúde, habitação, educação - nós não estaríamos às vésperas de uma temporada de veraneio com policiais militares ameaçando realizar uma paralisação, por conta de reivindicações profissionais e de melhores condições de trabalho. Ao invés de chamar os homens da segurança pública para conversar, os governantes fazem ameaças e intimidam os PMs.
Está bem, a PM funciona à base da hierarquia militar, da rigorosa obediência aos superiores e às normas internas. Mas é preciso entender que nenhum soldado pode cumprir seus deveres sem que a corporação lhe garanta respaldos mínimos, entre os quais salários decentes, viaturas em condições de uso e combustível para que esses veículos possam rodar.
Portanto, estamos à mercê de uma situação muito grave.
Aliás, já vivemos essa grave situação.
Outro dia, sentei-me no banco de um jardim para observar o movimento na minha rua. A noite avançou e não vi sequer uma viatura da PM passar, tampouco um policial a pé ou de bicicleta. Enquanto isso, malas procedentes de todo o País invadem as ruas do Centro, inclusive a minha, para reivindicar os direitos deles - dinheiro, cachaça, comida e roupas. Ninguém faz nada, ninguém diz nada. A prefeitura se omite para o grave problema social que se multiplica pelas ruas; os governantes estaduais, que adoram fazer pose, não estão nem aí pra nada. Estamos mesmo é perdidos, pra não dizer outra palavra.

Chega de CPMF

Passa da meia-noite e meia. A CPMF ainda não foi votada. Não agüentamos mais ouvir falar em CPMF. Claro que é um assunto importante, porque o que está em jogo não é só a grana do imposto, é o próprio governo de Lula. Sem CPMF para financiar o populismo e pagar os aspones, o governo de Lula acaba. Mas chega, chega, chega.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

O Largo Fagundes

Sendo mesmo o Largo Fagundes que vemos naquele cenário (role a página para baixo para ver a foto antiga), hoje é assim: uma praça horrorosa, mal-feita, mal-freqüentada e imunda. Isso aí foi obra do governo de Sérgio Grando, há uns 12 ou 13 anos. O atual prefeito, Dário Berger, faria um favor à cidade se promovesse uma revitalização desse espaço, tão caro aos florianopolitanos: no século 19, o largo tinha uma carioca (fonte), onde a população recolhia água para consumo doméstico. Mais tarde foi palco de comícios do PSD – dizem que a praça ficava lotada – e também o primeiro terminal organizado do transporte coletivo regional.

Na hora do pega-pra-capar

Todos aguardamos o que vai sair da cartola do Senado em relação à CPMF. Curioso mesmo é saber o que o governo foi capaz de oferecer para garantir a aprovação do imposto. Até a destinação das verbas arrecadadas à saúde – formato original da CPMF – ou a confecção de uma reforma tributária a toque de caixa o governo admitiu. Ou seja, vale-tudo na hora do pega-pra-capar! O fato é que muita gente vai ter de abrir mão da boquinha no governo, porque, sem a CPMF, não há como garantir o emprego de tantos militantes, puxa-sacos e aspones.

A velha cantilena

Não é novidade que este blog evita a publicação de comentários anônimos. Às vezes, quando não são ofensivos ou discriminatórios, ainda passam. Mas ataques sistemáticos ao autor do blog ou a pessoas citadas aqui, nem pensar. Quem não se identifica é porque não tem coragem de assumir suas posições polêmicas. Portanto, aqui não há censura. Há um critério muito objetivo: a opinião é livre, desde que não seja caluniosa e venha devidamente assinada. Dúvidas? Mande um e-mail para mim: carlosdamiao@gmail.com. Terei prazer em discutir o assunto [off-line] com os eventuais anônimos e prometo manter reserva sobre as questões debatidas.

Mais São Pedro

Outros comentários sobre a questão do cadeião em São Pedro de Alcântara:

Engraçado como tentam empurrar para as cidades com pouco poder político as escórias que as outras cidades não conseguem resolver.
E obviamente o governador prefere perder o voto de 4.000 pessoas (a população aproximada de São Pedro) do que de 100.000, como seria se o cadeião fosse feito em Palhoça ou São José.
Confesso que nunca vi com maus olhos a construção da penitenciaria que está hoje me minha cidade e Entendo que é necessário construir a aparelhar o sistema de segurança (o que inclui o prisional). Mas acho que São Pedro já tem problema o suficiente pra resolver com a Penitenciária.
Aliás, o governo ainda deve pra população o asfalto da SC 407, que liga a BR 101 ao município. Foi uma das promessas feitas quando foi aceita a construção da penitenciária, mas a tática do governo é asfaltar 500 metros sempre que uma eleição está chegando. Sem contar que asfaltam os trechos menos utilizados da rodovia. [Filipi]

Cada município deve ser responsável pela violência que produz. Em São Pedro de Alcântara não há violência. Então, porque acolher em nossa cidade mais infratores que não são oriundos do município? Estamos orgulhosos pela determinação do Prefeito Ernei em impedir a construção do Centro de Triagem, bem como, da população que vem demonstrando ser incansável nesta luta, pois só assim impediremos esta injustiça com nossa cidade. [Karini Medeiros]

É uma vergonha. A secretaria da cultura deveria ser acionada, para não permitir a destruição da primeira colônia alemã do estado. [Claudionei]

O Sr. Pedroso deve estar convivendo muito com os presidentes da Bolívia e da Venezuela, pois fica falando num tom autoritário, querendo impor o cadeião a qualquer custo, dizendo que virá com o exército... ele está completamente doente. Deveria pedir afastamento do cargo. [Claudionei]

Tem certeza a nossa querida gente de São Pedro de Alcântra, de impedir mais esta mazela (de instalar este CADEIÃO), EM NOSSA São Pedro de Alcântara. [Ana dos Santos Mafra]

Cotas polêmicas

Mais uma decisão da Justiça Federal, contrariando decisões anteriores, põe mais lenha na fervura do sistema de cotas. O juiz Osni Cardoso Filho, da 3ª Vara Federal, negou três pedidos de liminares de estudantes que pretendiam concorrer a todas as vagas, inclusive às reservadas a negros e alunos oriundos das escolas públicas. [Leia a matéria completa AQUI].
A questão é complexa: "a Justiça Federal em Florianópolis recebeu, desde o início deste mês, 26 mandados de segurança discutindo o sistema de cotas da UFSC. Em 11, o pedido de liminar foi atendido, em três não e nos outros 12 ainda não houve decisão", informa a matéria da assessoria de imprensa do TRF.
Em suma, há dois entendimentos por parte dos magistrados, apontando a ausência de um diploma legal que discipline o assunto de uma vez por todas.

Ciência desprezada

Opinião do biólogo João Felipe, sobre a lei de proteção às cobaias aprovada em Florianópolis:

"Damos um passo pra frente e depois mais quatro para trás. Política deveria ser algo sério, realizado por pessoas sérias...
Se você é a favor dessa lei, pense um pouquinho quando for tomar um simples antiinflamatório, um simples antibiótico, uma dose de uma forte droga em uma quimioterapia e até mesmo uma cirurgia plástica... todos os fármacos foram pesquisados e testados em animais antes de chegar às farmácias e para lhe proporcionar um mínimo de segurança... todos os médicos precisaram realizar procedimentos cirúrgicos em animais para adquirir um mínimo de experiência e confiança... enfim, toda a ciência e todo o progresso científico só pode ser realizado com o uso de cobaias..."

João recomenda também a leitura desta matéria, na qual o biólogo Luiz Eugênio Mello, presidente da Federação de Sociedades de Biologia Experimental, afirma que a lei florianopolitana é "fruto de falha no ensino de ciência".
Estréia amanhã o DC On-Line (diario.com). Há grande expectativa no mercado quanto ao formato e conteúdo, uma vez que o DC deixa de ter uma divulgação estática na Internet, aproveitando toda a dinâmica que esse meio possibilita, inclusive a interatividade com os leitores.
A edição de hoje do Acontecendo Aqui traz detalhes sobre o novo produto da RBS em Santa Catarina. Clique AQUI para ler a matéria completa.

Um foto-teste difícil

Julgo-me um bom conhecedor de Florianópolis. Contribui para isso não só fato de ter sido repórter durante muitos anos, mas também de ter começado minha vida de trabalhador como office-boy, a partir dos 14 anos de idade. Corri a capital de ponta a ponta incontáveis vezes, carregando projetos do escritório de engenharia de meu tio.
Sendo assim, quando o arquiteto Marcos Antônio Martins, arquiteto e – não por acaso – meu irmão, me enviou essa foto, confesso que parei para pensar. Ele não me disse que cenário é esse (mas ele sabe). Não faço a mínima idéia. Isso é muito anterior ao que a minha memória alcança. Talvez o Velho Bruxo, que manipula imagens antigas de Florianópolis há mais tempo, possa nos esclarecer. De qualquer maneira, se alguém souber que lugar era esse, por favor, encare o desafio de nos informar.

Falta de sensibilidade

Ficamos todos chocados com aquele conflito ocorrido nesta terça-feira em São Paulo. A forma com que a solução foi conduzida – moradores de uma favela retirados à força pela polícia – mostra que há qualquer coisa de errado com o governo paulista. O governador José Serra, que foi um homem de esquerda, poderia ter conduzido o problema de uma forma mais justa, socialmente responsável, uma vez que a Polícia Militar está subordinada ao seu comando. Está certo que o terreno tenha de ser tomado de volta pelo Estado (é de propriedade da prefeitura). Mas não daquela maneira.

Aqui, a administração da prefeita Angela Amin retirou todos os milhares de barracos que enfeitavam e enfeavam a Via Expressa da BR-282. Mas jamais admitiu violência e ofereceu, mediante convênio com o BID, a construção de moradias dignas para aquele povo.

Na violenta desocupação da favela paulistana, cumpre destacar a cena da mulher grávida desesperada diante da ação da polícia. Chocante, é uma imagem para correr o mundo.

Sem ofensas, por favor

Um leitor anônimo entrou em defesa do prefeito Dário Berger, quanto à crítica que fiz aqui, relacionada à entrevista a uma emissora de rádio, na terça-feira pela manhã. O anônimo pôs a culpa pela confusão no entrevistador. O mais que o anônimo disse não posso publicar, por se tratar de ofensa pessoal dirigida ao apresentador do programa.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Mais um causo do ano

O prefeito Dário Berger ainda vai tentar reverter a situação criada pela Câmara Municipal, que promulgou - por decurso de prazo - a lei que proíbe experiências científicas com animais em Florianópolis.
O estrago está feito.
A capital catarinense entrou para o anedotário nacional e a imagem do prefeito ficou mais arranhada (porque não acompanhou o caso). E ainda se leve em conta: o autor do projeto de lei, Deglaber Goulart, é líder do governo de Berger na Câmara; além disso, Deglaber, segundo informações correntes, trabalha com produtos de couro. Sendo assim. Trata-se de mais um causo do ano (o outro é o da factoring). Digno de Sucupira.

Brava resistência

Moradores de São Pedro de Alcântara estão realizando vigília, durante 24 horas, para impedir o início das obras do cadeião no município. São 20 ou 30 moradores em cada turno, inclusive à noite. O prefeito Ernei Stähelin reitera que a construção do cadeião em São Pedro de Alcântara é inaceitável, por todas as razões conhecidas: sociais, culturais, econômicas e ambientais. Não haverá liberação de alvará para a obra do governo de Luiz Henrique.
Ernei lembra também: há inúmeros terrenos do Estado em outros municípios, inclusive os já degradados do ponto de vista social na Grande Florianópolis.

Aqui é o blogueiro quem questiona: por que ampliar o círculo de miséria e violência na região, já que o cadeião vai provocar, necessariamente, a favelização de São Pedro de Alcântara?
Se a questão fosse no Norte do Estado, no Sul ou no Meio-Oeste o próprio governador e seus secretários entrariam na resistência. Como se trata da Grande Florianópolis, eles, mais uma vez, não estão nem aí.

O que pensam os leitores

O que os leitores disseram sobre São Pedro de Alcântara, município histórico de Santa Catarina, verdadeiro paraíso ambiental - e mesmo assim escolhido pelo Governo do Estado para instalar um cadeião:

– Obrigado, Damião, pela força. Esta questão do Cadeião em São Pedro de Alcântara tem várias facetas que aqui neste pequeno espaço de comentários não cabe tudo o que precisa ser esclarecido. Mas a primeira a destacar é o seguinte: só fazem isso com SPA porque é pequeno, não tem peso político e ninguém se importa conosco. Queria ver se fosse com a Palhoça, São José, Biguaçu, Fpolis... Aliás, só pra lembrar e esta é uma das outras facetas da discussão: o problema do Cadeião é urbano, gerado na cidade e na cidade deve ser resolvido. Por que não se discute a possibilidade de um desses municípios receberem o Cadeião? A Lei de Execução Penal diz que cada Comarca deve ter a sua Cadeia Pública. Por que querem juntar tudo e mandar para SPA, que nem é sede de Comarca? O interessante nesta história toda é que ninguém se levanta para discutir estas coisas, a própria imprensa se omite. E as autoridades constituídas não querem discutir também porque na verdade todas querem o problema longe de si: em SPA. [Roberto Stähelin]

– Como você bem disse Damião, o governo já construiu uma penitenciária em SPA. Logo, a cidade já deu sua contribuição no combate à violência e diga-se de passagem, muitos dos presos que vão para essa penitenciária não são oriundos de São Pedro. Por que então a cidade tem que receber os presos dos 'outros'? Se os governos deixaram a situação chegar ao ponto em que está, cabe agora buscar soluções nos locais onde surgiram os problemas e não exportá-los para locais que não tem nada a ver com eles. Como a cidade ainda mantém seu aspecto rural, mesmo localizada na Grande Florianópolis, o governo quer aproveitar isso para construir mais um cadeião. E olha que o prefeito Ernei é do PMDB, mesmo partido do governador. [Francisco Dantas]

– Damião, concordo plenamente com os seus comentários acerca do "cadeião" em São Pedro. É bom lembrar que uma "comunidade" bem menor conseguiu impedir a construção de uma subestação de distribuição de energia elétrica na Ilha - com alegações diversas e sob auspícios de diversas entidades. São Pedro merece ser vista com outros olhos e respeitada pelo que representa. Solidariedade com a população de São Pedro. [Sergio Luiz da Silva]

– O que se passa na cabeça dos nossos governantes? Estão com o juízo perfeito? Ou é ignorância pura? Ou maldade? Que o povo de São Pedro de Alcântara resista bravamente contra esse absurdo, essa ignorância e essa violência. Que Deus nos proteja a todos das idéias dos iluminados do governo. [Siri Goya]

– O prefeito de São Pedro está correto. O povo esta com ele. Vamos salvar esta bela cidade. [Claudionei]

– Quem conhece a beleza de São Pedro de Alcântara, fica sem saber o que dizer frente a essa barbárie... Resta-nos unirmos forças para impedir que essa ação insalubre, de fato se consolide. Sejamos persistentes... essa causa (Nossa Causa), vale muito a pena... [Hellen]

O Terminal

A Globo exibiu "O Terminal", de Steven Spielberg, nesta segunda-feira. Resta saber se, no país do apagão aéreo, foi mera coincidência ou uma bela provocação ao ministro-sabe-tudo-de-aviação Nelson Jobim. Quem assistiu ao filme sabe do que estou falando: fim de ano, férias, muita gente viajando, aeroportos lotados...

Bandoleiros em ação

O caso dos ônibus apedrejados na BR-101, em Santa Catarina, não é novidade – talvez a novidade é que uma passageira tenha sido atingida por uma das pedras e esteja em estado grave no hospital. Há uns tempos, viajando de Itajaí para Florianópolis, o ônibus em que eu viajava foi atingido por uma bicicleta, atirada de um barranco, na altura do município de Tijucas. O motorista não parou, porque sabia que era um assalto. Contou-nos, quando paramos na Polícia Rodoviária Federal de São Miguel, em Biguaçu, que esse tipo de ocorrência é muito comum na 101. Bandidos atiram pedras e outros objetos para forçar a parada do ônibus e assaltar os passageiros. Não se sabe ainda se foi o problema ocorrido no fim de semana, mas pelo tipo de ação o objetivo só podia ser esse.

Ainda a propósito, não entendi o lide da matéria do G1. Vejam só que salada russa: "Uma mulher está internada em estado grave em um hospital de Joinville (SC), após ter sido atingida por uma pedra na cabeça. Regiane Rocio da Silva Mon, 34 anos, participava de um congresso em Florianópolis e seguia para Curitiba, quando o ônibus em que estava foi apedrejado na BR-101, no Norte do Espírito Santo, na noite de domingo (9)".
Espírito Santo?