segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Ainda São Pedro de Alcântara

O problema do cadeião em São Pedro de Alcântara não é só relativo à escória que vai viver dentro dessa casa de passagem para o inferno.
Acontece que onde se constroem penitenciárias, presídios e cadeias surgem em volta verdadeiros amontoados habitacionais, em condições precárias, geralmente em terras invadidas, espalhando mais crime, mais miséria e mais sofrimento.

Querem um exemplo? A favela da penitenciária, no morro ao lado da dita cuja, em Florianópolis, se formou ao longo de décadas, trazendo os parentes dos presos – mulheres, filhos, irmãos, sobrinhos, netos. É conhecida como “Favela dos Lageanos”, tal o número de pessoas procedentes da cidade serrana catarinense responsáveis pela formação do núcleo inicial. [Nenhum preconceito: Lages viveu seu esplendor econômico, com a extração da madeira, até a década de 1970. Dali para frente, virou uma cidade de serviços e comércio, sem empregos e sem futuro. Trabalhadores desempregados e sem perspectivas de vida passaram a viver na marginalidade. Daí o forte movimento migratório que se verificou nos anos seguintes. Hoje o quadro está sendo revertido e Lages voltou a ser uma das boas e grandes cidades do Estado].

O que temem os moradores de São Pedro de Alcântara, portanto, não é apenas o cadeião do governo. É tudo que vem atrás do cadeião, ou seja, a completa favelização de um dos cenários rurais mais deslumbrantes da Grande Florianópolis. Mas, quem permitiu que dunas, praias, restingas e manguezais da Ilha de Santa Catarina fossem ocupados indiscriminadamente, vai se importar com as florestas, rios, riachos, açudes, montanhas e outros atrativos naturais de São Pedro?

Um comentário:

Unknown disse...

A bela e cultural cidade de São Pedro de Alcântara está correndo o risco de se tornar um Carandirú Catarinense. Tendo em vista que a cidade possui 3.800 habitantes e já possui uma população carcerária de 1.200 presos, e querem trazer mais um cadeião com capacidade para 250 presos. Ao realizarmos um levantamento estatístico há superlotação em todos os cadeiões existentes que chega a 200% a mais da capacidade projetada, aumentando o número de presos na cidade para mais de 2.000 presos ou seja 50% da população do município irá ser carcerária. Isto é um absurdo, é covardia, seus covardes!!!
Precisamos de ajuda, Fora cadeião!!!!