O assunto da cidade – o suposto golpe de R$ 200 milhões, aplicado por uma empresa de factoring – deixou muitos florianopolitanos abalados. Há muita gente conhecida que aplicou tudo o que tinha em investimentos que lhes rendiam 4% ao mês – uma remuneração absurda, quando a média do mercado financeiro legal é de pouco mais de 1%, raramente chegando a 2%. Conversando com um amigo que trabalhou no Besc, ele me garantiu que numa instituição séria a remuneração pode ultrapassar 2% desde que o valor investido seja muito alto, coisa de milhões.
O que atraía as pessoas para a empresa era uma espécie de corrente da felicidade, realizada entre amigos. Funcionava mais ou menos assim: um amigo chegava para o outro e dizia – "Tenho R$ 50 mil e preciso investir em papéis seguros". O outro, que já trabalhava com a factoring, recomendava de pronto: "Aplica com o Samuel". Essa frase era usada como chave para se entrar no paraíso.
Assim, a factoring ia faturando o dinheiro de todos, num círculo que aumentava cada vez mais.
Amigos do boss da empresa e alguns investidores garantem, no entanto, que ele sempre foi sério. Não fosse, não estaria no mercado há quase 20 anos, fazendo exatamente a mesma coisa e conquistando a confiança de uma imensa clientela.
Há várias versões sobre o que ocorreu. Uma delas, de que ele também teria sido vítima de um calote, que lhe quebrou as pernas. Mas isso só a polícia e a Justiça é que poderão comprovar, no devido tempo.
Por ora, fica a recomendação de um manezinho, que já passou dos 70 anos de idade e que comentou o assunto comigo ontem: “Só ponho minhas economias na Caixa ou no Banco do Brasil. E tô muito faceiro com os juros que eles pagam”.Disse tudo.
sábado, 1 de dezembro de 2007
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