quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Perdidos no paraíso

Se os governantes catarinenses fizessem menos pose e atentassem mais para os verdadeiros desafios que se revelam às claras - segurança, sistema prisional, saúde, habitação, educação - nós não estaríamos às vésperas de uma temporada de veraneio com policiais militares ameaçando realizar uma paralisação, por conta de reivindicações profissionais e de melhores condições de trabalho. Ao invés de chamar os homens da segurança pública para conversar, os governantes fazem ameaças e intimidam os PMs.
Está bem, a PM funciona à base da hierarquia militar, da rigorosa obediência aos superiores e às normas internas. Mas é preciso entender que nenhum soldado pode cumprir seus deveres sem que a corporação lhe garanta respaldos mínimos, entre os quais salários decentes, viaturas em condições de uso e combustível para que esses veículos possam rodar.
Portanto, estamos à mercê de uma situação muito grave.
Aliás, já vivemos essa grave situação.
Outro dia, sentei-me no banco de um jardim para observar o movimento na minha rua. A noite avançou e não vi sequer uma viatura da PM passar, tampouco um policial a pé ou de bicicleta. Enquanto isso, malas procedentes de todo o País invadem as ruas do Centro, inclusive a minha, para reivindicar os direitos deles - dinheiro, cachaça, comida e roupas. Ninguém faz nada, ninguém diz nada. A prefeitura se omite para o grave problema social que se multiplica pelas ruas; os governantes estaduais, que adoram fazer pose, não estão nem aí pra nada. Estamos mesmo é perdidos, pra não dizer outra palavra.

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