sábado, 8 de dezembro de 2007

Devaneios musicais


Cresci ouvindo os Beatles. Era adolescente quando eles se separaram. Assisti a Let it Be (que foi traduzido para a platéia brasileira como Deixa Estar) no antigo Cine São José, numa inesquecível sessão da tarde, que muitos chamavam de matinê, mas era uma vesperal.

Continuo fascinado por tudo quanto eles produziram. Foram gênios musicais do século 20 – e estou apenas repetindo uma obviedade.

Entre os componentes da banda inglesa, sempre fui mais fã de John Lennon do que dos outros. Digamos que me alinho entre aqueles que identificavam em Lennon o verdadeiro cérebro do grupo. Há inúmeras discussões quanto a isso, inclusive de que Lennon não era aquilo tudo, que na verdade o "motor" criativo dos Beatles era Paul McCartney.

Assim, colecionei discos solo de John Lennon e nunca dei muita bola para McCartney.

Mas... A internet tem essa virtude de colocar ou recolocar as coisas nos seus devidos termos. Pesquisando no BitLord sobre os Beatles e, um pouco cansado de me dedicar a John Lennon, resolvi conhecer um pouco melhor a obra solo de Paul McCartney.

Pois bem, surgiu nessa pesquisa a possibilidade de baixar o álbum Unppluged, que o ex-Beatle gravou em 1991, para a MTV norte-americana. Foi realmente uma descoberta (estou ouvindo agora pela quinta vez nos últimos dias). Começa com o clássico do rock Be-Bop-a Lula, segue com maravilhosas baladas, como o também clássico Here, There, and Everywhere, Blue Moon of Kentucky, San Francisco Bay Blues, She's a Woman, And I Love Her e assim por diante. Não é um McCartney roqueiro, até por se tratar de um show acústico, mas um McCartney puxando para o blues, o folk, o country.

E, ao contrário do que se possa pensar, não estou satisfeito com o Unplugged em MP3. Quero o LP original (acredito que tenha sido gravado em vinil: em 1991 o LP ainda funcionava), porque é mais físico, se é que me entendem. Vou pedir pro Papai Noel.

Descoberta tardia? Nunca é tarde para aprender: Paul McCartney também foi e é gênio. Talvez não fosse à-toa que a maior parte das músicas dos Beatles levasse a assinatura dele e de John Lennon. A dúvida que me fascina, da mesma forma que incomoda outros beatlemaníacos: quem era quem na autoria de Help, A Hard Day's Night, Eleanor Rigby, Strawberry Fields Forever, Hey Jude, We Can Work it Out, Come Together, Let It Be, The Long and Winding Road, entre dezenas de outros sucessos?

ºxºxºxºxº

Ainda sobre os Beatles – e não é piada: a foto que ilustra este post (acima) está no meu mural de trabalho há um tempinho. Deixei-a ali para me lembrar sempre do quanto gosto dos Beatles.
Outro dia, uma sobrinha distraída esteve em casa e foi ao meu escritório (sobrinhos adoram escritórios dos tios). Olhou o mural, viu as fotos (estão nele também imagens do Mário Quintana, Groucho Marx, Charles Chaplin, Santa Paulina e o Senhor dos Passos), recortes e lembretes. Parou diante da foto dos Beatles e lascou a pergunta: "Qual deles é tu?".

Quase caí de costas quando ela me perguntou. Mas, pensando bem, eu disse que era o terceiro da esquerda para a direita (John Lennon). Mesmo assim, a distraída adolescente não se tocou. Depois falei a verdade. Quem quase caiu de costas foi ela. E já ouviu os Beatles um quaquilhão de vezes...
A sobrinha não é você, não, Luiza. É outra. Depois te conto.

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