terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Nem sábio, nem amigo

Uma observação do compadre Cesar Valente, em sua coluna de hoje, me conduziu a mais reflexões. Ele diz: “Que Estado fantástico é este que constrói ‘centreventos’ às carradas, mas não consegue ter ‘viaturas’ suficientes, ou combustível para as que tem?”.
Sem falar na cultura, na educação, no esporte e na saúde, fiquemos apenas com as cadeias: por que o lixo humano não merece tratamento melhor, mais digno, mais justo, para que possa até deixar de ser lixo (através da tal “reeducação”)? Se há tanta verba para coisas cosméticas, como esses centros de multiuso (arenas de eventos, também chamadas de centreventos), por que não se destina mais verba para a segurança pública e para o sistema prisional?
Um governante é sábio e amigo de seu povo quando consegue atentar para o presente, de olho no futuro. Quando só pensa no futuro – recorrendo ao planejamento elitista e delirante – e deixa seu povo à míngua, inclusive os presos acorrentados a pilastras de uma delegacia, esse governante não é sábio, nem amigo, nem justo.

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