quarta-feira, 31 de outubro de 2007
Bom exemplo
No jornal Hoje (Rede Globo), uma matéria apresentou um jovem de 14 anos que é um dos maiores talentos do canto lírico brasileiro da atualidade. Impossível não se emocionar com a voz e a capacidade transformadora de Luciano Guimarães, menino da periferia de Salvador, que é um exemplo para tanta gente que ainda não encontrou um caminho, inclusive os incompetentes que nos governam. O vídeo do jornal Hoje é aberto (aqui). Espere alguns segundos até que o material esteja carregado.
Mau exemplo
A crise energética brasileira chegou muito antes do que se previa. Oficialmente, começaria no final de 2009. Já está aí, às portas de todos nós. No Rio e São Paulo, o racionamento de gás natural para os postos de combustíveis já tem relação com a incapacidade de produção de energia elétrica do País. Por culpa, única e exclusiva, da incompetência estatal, das nulidades que nos governam e que agora passam a viver em função dos negócios da Copa de 2014.
As portas do Paraíso
Ontem, a gerente de um banco em Florianópolis foi presa porque um cliente não conseguiu entrar na agência. Como ele portava um colete ortopédico, a porta giratória impediu seu acesso. Não adiantou argumentar: ele deveria dar meia-volta e fim de papo – tomar o rumo de casa. O cliente, que não era bobo nem nada, chamou a polícia, que prendeu e indiciou a gerente.
Portas giratórias costumam provocar situações constrangedoras. E não há ninguém que se apresente para ajudar, para contornar os exageros, porque vivemos num País que está muito longe da civilização.
Há uns dois ou três anos, fui barrado quatro vezes pelo equipamento numa agência do Besc. Livrei-me de todos os metais: chaves, celular, máquina fotográfica, moedas, clips. Virei a bolsa no chão. Nada, não havia jeito de a porta girar. Foi aí que tive a idéia: vou tirar a roupa. Desatei o cinto e ameacei baixar as calças. O vigilante, de imediato, me liberou para entrar. Não sei exatamente o que ele temia com o meu gesto de abrir o zíper, mas funcionou.
Portas giratórias costumam provocar situações constrangedoras. E não há ninguém que se apresente para ajudar, para contornar os exageros, porque vivemos num País que está muito longe da civilização.
Há uns dois ou três anos, fui barrado quatro vezes pelo equipamento numa agência do Besc. Livrei-me de todos os metais: chaves, celular, máquina fotográfica, moedas, clips. Virei a bolsa no chão. Nada, não havia jeito de a porta girar. Foi aí que tive a idéia: vou tirar a roupa. Desatei o cinto e ameacei baixar as calças. O vigilante, de imediato, me liberou para entrar. Não sei exatamente o que ele temia com o meu gesto de abrir o zíper, mas funcionou.
Foto-teste
A cidade sucumbe
O leitor Sérgio Luiz da Silva tem razão: os calçadões, em cidades como Florianópolis, se transformaram numa verdadeira zona. Há, sim, carros circulando livremente, em especial caminhões de entregas das grandes redes de varejo, viaturas policiais e carros-fortes. Lá na Rua João Pinto – calçadão implantado pelo então prefeito Sérgio Grando – os automóveis da Secretaria da Educação fazem a festa. Outros, que transportam muambas de toda sorte, andam para lá e para cá. Uma coisa que não tem controle nenhum. Guardas municipais? Estão muito ocupados, multando veículos estacionados nas áreas de Zona Azul. Policiais militares? Certamente estão combatendo o crime nas zonas de risco. O prefeito? Bem, o prefeito...
De fato, meu caro Sérgio, a cidade sucumbe.
Apontem uma calçada que não tenha irregularidades no piso. Nem sei como é que cegos, idosos e deficientes físicos conseguem se movimentar nesta cidade.
De fato, meu caro Sérgio, a cidade sucumbe.
Apontem uma calçada que não tenha irregularidades no piso. Nem sei como é que cegos, idosos e deficientes físicos conseguem se movimentar nesta cidade.
terça-feira, 30 de outubro de 2007
Rede SC vai transmitir a Record
Já não é mais segredo, pois não se fala em outra coisa nas rodas de comunicação de Florianópolis: a Rede SC, que transmite o SBT para Santa Catarina, está se desfiliando da emissora de Sílvio Santos. Passa a ser retransmissora da TV Record tradicional para o Estado. Apresentadores, jornalistas e gerentes da Record já foram comunicados da novidade no dia de hoje. Diretores dessa empresa em Santa Catarina viajaram para São Paulo e voltam amanhã, com os documentos para formalizar a mudança.
O negócio não envolve transferência de controle empresarial, nem parcialmente: trata-se apenas de um acordo operacional.
Mais: a Record News deve ocupar o canal de VHF operado hoje pela Record (6), passando o 4, que é da Rede SC, para a Record normal.
Ainda conforme informações recebidas pelo blog, o SBT poderá ser transmitido no Estado pela empresa do lageano Roberto Amaral, hoje Rede TV (canal 18), que já foi ligado à emissora de Sílvio Santos.
O negócio não envolve transferência de controle empresarial, nem parcialmente: trata-se apenas de um acordo operacional.
Mais: a Record News deve ocupar o canal de VHF operado hoje pela Record (6), passando o 4, que é da Rede SC, para a Record normal.
Ainda conforme informações recebidas pelo blog, o SBT poderá ser transmitido no Estado pela empresa do lageano Roberto Amaral, hoje Rede TV (canal 18), que já foi ligado à emissora de Sílvio Santos.
Novidades na mídia
Muitas especulações nos bastidores sobre possíveis – e grandes – mudanças no mercado de comunicação catarinense. Uma fonte de confiança deste blog soprou há pouco: a Rede Record vai ampliar seu poder em Santa Catarina, aliando-se a um grupo local. Ou seja, na prática, a rede, que já compete nacionalmente com a Globo, passa a combater de frente a RBS TV, investindo em programação local e telejornalismo.
Mais ainda: a Record News, que ocupa o canal 54 (UHF), pode ganhar espaço na grade VHF. Se isso acontecer (e se for possível legalmente), será o “pulo do gato”.
A mesma fonte me assegurou o seguinte: a Record não vai misturar religião com comunicação. Para a rede, é muito claro que a emissora está no mercado para disputar espaços de maneira profissional. Os programas de doutrinação religiosa ficam reservados para os horários alugados, geralmente na madrugada.
Outra informação: as novidades em relação a esse grande negócio que está sendo discutido reservadamente pelos empresários envolvidos podem ser anunciadas (ou pelo menos confirmadas) antes do feriado de sexta-feira.
Mais ainda: a Record News, que ocupa o canal 54 (UHF), pode ganhar espaço na grade VHF. Se isso acontecer (e se for possível legalmente), será o “pulo do gato”.
A mesma fonte me assegurou o seguinte: a Record não vai misturar religião com comunicação. Para a rede, é muito claro que a emissora está no mercado para disputar espaços de maneira profissional. Os programas de doutrinação religiosa ficam reservados para os horários alugados, geralmente na madrugada.
Outra informação: as novidades em relação a esse grande negócio que está sendo discutido reservadamente pelos empresários envolvidos podem ser anunciadas (ou pelo menos confirmadas) antes do feriado de sexta-feira.
O ópio do povo
Um adendo ao post “Cidadania, um desafio esportivo”, publicado no início da tarde: ao visitar uma escola de ensino fundamental, na semana passada, vi dois cartazes de cartolina, do mesmo tamanho, confeccionados pelos alunos, com “pontos positivos” e “pontos negativos” dos Jogos Pan-americanos. É claro que o cartaz dos pontos negativos tinha muito mais questões anotadas do que o outro. O senso crítico da gurizada apontou as graves contradições entre os imensos problemas nacionais e o espetáculo esportivo realizado em julho no Brasil.
Em suma, as crianças têm uma percepção muito clara de que o esporte – repetindo o que Karl Marx disse sobre a religião – é o “ópio do povo”. Não é por outra razão que a Globo, na ânsia de faturar bilhões, já está investindo com tanto empenho, aparentemente jornalístico, na Copa de 2014.
Em suma, as crianças têm uma percepção muito clara de que o esporte – repetindo o que Karl Marx disse sobre a religião – é o “ópio do povo”. Não é por outra razão que a Globo, na ânsia de faturar bilhões, já está investindo com tanto empenho, aparentemente jornalístico, na Copa de 2014.
Cidadania, um desafio esportivo
É curioso ouvir, depois que o Brasil foi anunciado como sede da Copa 2014, que o País ganhará muitas melhorias de infra-estrutura, inclusive de saúde. No link local para a matéria internacional, os repórteres da RBS TV mencionaram o que pode ser feito na Grande Florianópolis para que a cidade possa receber jogos da Copa. Uma das questões em discussão é a implantação de um metrô de superfície interligando os municípios. Quer dizer: os nossos graves problemas de trânsito de hoje não interessam a ninguém. Mas a possibilidade de que sejamos uma das cidades-sede das disputas de 2014 mobiliza autoridades municipais, estaduais, federais, empresários, associações de classe etc. e tal.
Em suma: cidadania, no Brasil, é um desafio esportivo. Ninguém se importa conosco, a não ser que se tenha a perspectiva de um grande evento do futebol, movido a muita, mas muita grana.
Em suma: cidadania, no Brasil, é um desafio esportivo. Ninguém se importa conosco, a não ser que se tenha a perspectiva de um grande evento do futebol, movido a muita, mas muita grana.
Uma idéia de jerico
Hoje deputado estadual, Jandir Bellini (PP) foi um dos prefeitos mais dinâmicos e criativos que Itajaí já teve. Sua administração marcou época: ficou oito anos no poder e legou importantíssimas mudanças para aquela histórica cidade catarinense, situada a 90 quilômetros da Capital e sede de um dos portos mais destacados do País. Foi ele, aliás, quem modernizou o porto, em parceria com a iniciativa privada.
Bellini, querido pelo povo de sua cidade, não conseguiu fazer o sucessor em 2004. A onda vermelha falou mais alto e o PT elegeu o único prefeito de cidade grande do Estado naquele ano... justamente em Itajaí.
Até aí, nada de mais, nem de menos, porque democracia é isso mesmo.
Mas o PT de Itajaí, em especial o prefeito Volnei Morastoni, faz coisas incríveis.
A última, entre tantas trapalhadas: pretende desfazer uma das melhores obras de Bellini, que foi a transformação da Rua Hercílio Luz em calçadão. A via, onde está concentrado o maior número de lojas da cidade, tinha um trânsito impraticável, por causa do grande número de pedestres e ciclistas: a caminho das compras, eles tomavam conta da rua, se misturando aos carros.
Pois Bellini levou adiante o seu projeto de fechar a Hercílio Luz para o tráfego de veículos. Só pedestres, nem bicicletas!
Bellini, querido pelo povo de sua cidade, não conseguiu fazer o sucessor em 2004. A onda vermelha falou mais alto e o PT elegeu o único prefeito de cidade grande do Estado naquele ano... justamente em Itajaí.
Até aí, nada de mais, nem de menos, porque democracia é isso mesmo.
Mas o PT de Itajaí, em especial o prefeito Volnei Morastoni, faz coisas incríveis.
A última, entre tantas trapalhadas: pretende desfazer uma das melhores obras de Bellini, que foi a transformação da Rua Hercílio Luz em calçadão. A via, onde está concentrado o maior número de lojas da cidade, tinha um trânsito impraticável, por causa do grande número de pedestres e ciclistas: a caminho das compras, eles tomavam conta da rua, se misturando aos carros.
Pois Bellini levou adiante o seu projeto de fechar a Hercílio Luz para o tráfego de veículos. Só pedestres, nem bicicletas!
Sempre que vou à cidade, circulo por lá, cumprindo com muito prazer os 700 e tantos metros entre a igreja matriz e o píer turístico junto ao rio Itajaí-Açu. Num desses passeios, no ano passado, registrei a apresentação do boi-de-mamão (foto acima), durante a 2ª Roda de Culturas Populares promovida pela prefeitura. No piso onde se vê os “bois”, antes era asfalto.
Pra encurtar a história: pressionado por certos setores econômicos (dizem que a construção civil é que está empurrando o prefeito contra a parede), Volnei Morastoni quer recolocar os carros no espaço das pessoas, e ainda gastando cerca de R$ 1,5 milhão para destruir o calçadão. O argumento é de que o movimento do comércio caiu muito (sic) e que as construtoras não podem erguer seus arranha-céus, porque ninguém vai comprar apartamentos ou salas comerciais numa rua onde não é permitido o tráfego de automóveis... Como os automobilistas compradores de apartamentos e salas chegariam aos seus prédios com seus bólidos importados?
Prefeito: se persistir nessa balada, o senhor vai fazer o caminho inverso do que faz o mundo civilizado. Se o seu governo é popular, como diz o slogan maniqueísta e modorrento, o senhor também está na contramão. Que falta de sensibilidade e inteligência!
VOTEM NELA!
Lendo o Cesar Valente, descobri essa jóia rara que ele quis compartilhar com os leitores dele, mas que já tinha sido também publicada no blog do Dauro Veras...
Julie Philippe, filha de um casal supimpa de Florianópolis (João Vianey e Márcia Philippe), está disputando um concurso que vai escolher o melhor vídeo para o lançamento do filme "Piaf".
Depois de assistir à magnífica interpretação dela para "La Vie en Rose", você pode votar AQUI. Entrei na corrente para eleger o vídeo dessa maravilhosa cantora de nome francês, mas nascida e criada aqui mesmo, na Ilha de Santa Catarina.
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
É o fim
Não é só entre os pobres e a classe média que a garotada anda meio perdida, sem saber que rumo tomar quando a grana anda curta. A herdeira de uma das maiores cadeias de hotéis do mundo, o Othon, foi presa no aeroporto do Rio de Janeiro, a caminho de Amsterdam (Holanda), com 1,7 quilo de cocaína na bagagem. A pobre menina rica disse à polícia que a coisa estava preta para ela, que vivia sua vida de herdeira vendendo bijuterias e ganhando parcos R$ 700 por mês...
Roda gigante
O presidente do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf), Ildo Rosa, é um homem prestigiado pela cúpula da prefeitura. Quer sair, mas o prefeito Dário Berger não quer, não deixa. Ildo se sente desconfortável. Berger precisa de garantias em sua volta. Apesar de indiciado pela Polícia Federal no inquérito da Operação Moeda Verde, Ildo é delegado da mesma polícia, tem força dentro da corporação, tem uma extraordinária folha de serviços prestados à sociedade. Na semana passada, sob forte emoção, o presidente do Ipuf anunciou várias vezes que deixaria o órgão nesta segunda-feira. Mas Berger não deixa...
Bagagem
A posse de Paulo Arenhart na Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Florianópolis foi muito prestigiada. Abençoado pelo ex-governador Paulo Afonso Vieira, que esteve presente à cerimônia, Arenhart assumiu com fortes poderes. Mais do que decidir sobre questões de mídia, o jornalista vai mesmo é atuar como conselheiro de Dário Berger neste momento de grave crise interna no Edifício das Secretarias (*). Experiência no poder ele tem: foi secretário de Paulo Afonso naqueles dias terríveis de CPI das Letras aqui e CPI dos Precatórios no Senado.
(*) Quando inaugurado, o prédio da Secretaria da Fazenda, onde está instalada provisoriamente a prefeitura, tinha este nome - que lhe foi dado pelo governador da época (1956), Irineu Bornhausen.
(*) Quando inaugurado, o prédio da Secretaria da Fazenda, onde está instalada provisoriamente a prefeitura, tinha este nome - que lhe foi dado pelo governador da época (1956), Irineu Bornhausen.
Fala sério...
Numa semana, diante de empresários, Lula defende os impostos. Na outra, para os pobres ouvintes de seu programa de rádio, o presidente diz que ninguém mais do que ele deseja reduzir a carga tributária. Para qual platéia Lula fala sério?
O leite e o jeitinho
Está certo que o escândalo do leite adulterado nos choca a todos, pela impressão de ganância e pela sacanagem dos responsáveis pelos laticínios, já identificados e presos. Mas desde criança sempre ouvimos falar em histórias do tipo “esse leite está aguado”, querendo dizer que os produtores acrescentaram água para fazer o produto render mais. Não eram incomum também referências ao pó de café (“está com gosto de palha”), que raramente era puro e recebia outros produtos na torra ou na moagem, como cevada, para garantir um lucro maior aos fabricantes. Sem falar na gasolina adulterada, na falsificação de vodka Orloff ou uísque Natu Nobilis, nos remédios falsos, nos DVDs e CDs piratas, entre tantas outras atitudes criminosas que envergonham a Nação. São “jeitinhos” – aquela coisa de “levar vantagem em tudo” – que infelizmente se incorporaram à cultura do País, envolvendo grupos de brasileiros que não representam o pensamento e as práticas da grande maioria da população.
Chinelada
Quando o noticiário faz menção a seqüestros-relâmpago, logo nos vem à cabeça que as vítimas estavam a bordo de carrões como Audi, BMW, Mercedes e tal.
Na Grande Florianópolis, todo cuidado é pouco: ocupantes de veículos modestos, como Fiesta ou Voyage (este, fora de linha há muitos anos) foram seqüestrados ontem (pelos mesmos bandidos) em Palhoça e na Lagoa da Conceição. É claro que criminosos com esse perfil são os mais legítimos pés-de-chinelo. Não quer dizer que não sejam perigosos; talvez até sejam mais dos que os profissionais, que escolhem automóveis de valor considerável.
Na Grande Florianópolis, todo cuidado é pouco: ocupantes de veículos modestos, como Fiesta ou Voyage (este, fora de linha há muitos anos) foram seqüestrados ontem (pelos mesmos bandidos) em Palhoça e na Lagoa da Conceição. É claro que criminosos com esse perfil são os mais legítimos pés-de-chinelo. Não quer dizer que não sejam perigosos; talvez até sejam mais dos que os profissionais, que escolhem automóveis de valor considerável.
domingo, 28 de outubro de 2007
Mais um mérito para o bom jornalismo
O destaque da imprensa no fim de semana foi a matéria especial do DC - mais uma vez, João Cavallazzi, Diego Vargas e Felipe Pereira são os autores - revelando o conteúdo das 743 páginas do inquérito assinado pela delegada Júlia Vergara, relativo à Operação Moeda Verde.
A rigor, não há nada de novo, exceto pelo esmiuçamento de alguns detalhes, conversas, trocas de mensagens eletrônicas. O valor da matéria, no entanto, está na divulgação do conteúdo do inquérito ao público. Isso é reportagem, no velho estilo.
Ainda a propósito da Operação Moeda Verde: o presidente do Ipuf, delegado federal Ildo Rosa, deve anunciar nesta segunda-feira a sua saída do governo municipal. Vai voltar para a Polícia Federal, “de onde nunca deveria ter saído”, conforme disse ao Jornal da RBS no sábado à noite.
A rigor, não há nada de novo, exceto pelo esmiuçamento de alguns detalhes, conversas, trocas de mensagens eletrônicas. O valor da matéria, no entanto, está na divulgação do conteúdo do inquérito ao público. Isso é reportagem, no velho estilo.
Ainda a propósito da Operação Moeda Verde: o presidente do Ipuf, delegado federal Ildo Rosa, deve anunciar nesta segunda-feira a sua saída do governo municipal. Vai voltar para a Polícia Federal, “de onde nunca deveria ter saído”, conforme disse ao Jornal da RBS no sábado à noite.
Política e solidão
Na política, o grupo histórico do PMDB levou vantagem na disputa pelo diretório municipal de Florianópolis. Os intrusos – gente de outros municípios que veio para cá tentar ensinar os nativos a fazer política – perderam feio, mas mesmo assim poderão indicar 15 dos 40 membros da executiva.Para tristeza geral na cidade, parece que Edison Andrino vai mesmo cair fora dessa geléia que virou o PMDB de Florianópolis. O ex-prefeito não combina com a "gente nova" que Luiz Henrique andou enfiando no partido. Aliás, Luiz Henrique vem se revelando cada vez menos peemedebista. E sabe-se lá no que está virando. Por causa de seu comportamento no governo, muitos amigos e correligionários de primeira hora – que estiveram ao lado dele no combate à ditadura militar – não o reconhecem mais.
Esquerdas querem mostrar força
Por falar em política de Florianópolis, os partidos de esquerda se encontram nesta segunda-feira para começar a discutir uma frente popular visando à disputa municipal do ano que vem. Estão na balada o PDT, PPS, PCdoB, PT e PV, entre outros.Nesse ninho já há pelo menos uma pré-candidata que tem boa receptividade junto à juventude e às massas críticas: a vereadora (e primeira suplente de deputada estadual) Ângela Albino, do PCdoB.
sábado, 27 de outubro de 2007
Armando Carreirão, um homem do cinema
O cineasta Armando Carreirão, primeiro da esquerda para a direita, na redação do extinto Jornal da Semana, em 1980. Ele morreu neste sábado, aos 82 anos, deixando uma obra inestimável: documentários sobre Santa Catarina realizados entre os anos 1950 e 1960.
Os outros personagens da foto, ainda da esquerda para a direita: Bento Silvério (também já falecido), Salim Miguel e este blogueiro. Nesse nosso encontro, eu, Bento e Salim entrevistamos Carreirão sobre o filme “O Preço da Ilusão”, primeiro longa-metragem realizado no Estado, do qual ele foi produtor. A entrevista que realizamos com o cineasta pode ser lida AQUI
Armando Carreirão atuou por trás das câmeras numa época em que não havia videotape. Tudo era filmado em celulóide. Como a televisão também não tinha se popularizado (os preços dos aparelhos eram proibitivos para a imensa maioria da população), os cinejornais eram exibidos antes dos filmes nos principais cinemas do Estado. Era a grande mídia da época, servindo para divulgar tanto as belezas de Santa Catarina, quanto os feitos do governo ou até lances esportivos.
Os outros personagens da foto, ainda da esquerda para a direita: Bento Silvério (também já falecido), Salim Miguel e este blogueiro. Nesse nosso encontro, eu, Bento e Salim entrevistamos Carreirão sobre o filme “O Preço da Ilusão”, primeiro longa-metragem realizado no Estado, do qual ele foi produtor. A entrevista que realizamos com o cineasta pode ser lida AQUI
Armando Carreirão atuou por trás das câmeras numa época em que não havia videotape. Tudo era filmado em celulóide. Como a televisão também não tinha se popularizado (os preços dos aparelhos eram proibitivos para a imensa maioria da população), os cinejornais eram exibidos antes dos filmes nos principais cinemas do Estado. Era a grande mídia da época, servindo para divulgar tanto as belezas de Santa Catarina, quanto os feitos do governo ou até lances esportivos.
Nara Leão, a musa
Ontem à noite a Globo homenageou Nara Leão, numa viagem inesquecível à década de 1960. Foi bonito rever a musa da Bossa Nova, seu canto lindo, seu engajamento político, sua biografia de artista e mulher de vanguarda. Mais do que isso: todo o contexto documentado pelo especial da Globo nos levou a acreditar, mais uma vez, que a década de 1960 mora em cada um de nós, pouco importa a idade que tenhamos.
Tive saudade da Nara, uma artista pouco lembrada nos últimos anos.
Depois do programa, busquei o “Meu Primeiro Amor”, grande LP de 1975, síntese de beleza e sensibilidade. Beijei a capa em sinal de reverência e fidelidade à musa. Adormeci no embalo de sua voz inesquecível.
Tive saudade da Nara, uma artista pouco lembrada nos últimos anos.
Depois do programa, busquei o “Meu Primeiro Amor”, grande LP de 1975, síntese de beleza e sensibilidade. Beijei a capa em sinal de reverência e fidelidade à musa. Adormeci no embalo de sua voz inesquecível.
Cinema novo
O vice-prefeito de Florianópolis, Bita Pereira, desligou-se da igreja Renascer em Cristo e montou sua própria igreja evangélica. É a Livres em Jesus. Vai funcionar no antigo prédio do Cine São José onde, na década de 1960, a gurizada assistia a “Os Dez Mandamentos”, “Ben-Hur” e outros épicos cristãos. Mas o São José também serviu de espaço para a exibição de muitas pornochanchadas nacionais, faroestes e inúmeros títulos de cinema-catástrofe (estilo “Aeroporto”). Depois de fechado, o prédio sediou uma outra igreja (acho que a Universal) e o espaço da marquise serviu, durante muito tempo, para abrigo dos moradores de rua da cidade. Os mendigos se mudaram para o Edifício Ipase (INSS), bem ao lado, depois que os proprietários do prédio colocaram tapumes para impedir o acesso.
Para encerrar o assunto
Miltinho Cunha ligou para fazer esclarecimentos.
1 – Como secretário-adjunto, assumiu interinamente a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Florianópolis.
2 – Miltinho é administrador, bacharel em Direito e jornalista provisionado. Portanto, se julga habilitado a exercer qualquer função no setor público ou privado.
Assunto encerrado.
1 – Como secretário-adjunto, assumiu interinamente a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Florianópolis.
2 – Miltinho é administrador, bacharel em Direito e jornalista provisionado. Portanto, se julga habilitado a exercer qualquer função no setor público ou privado.
Assunto encerrado.
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
A milionária Mônica
O blog do Noblat noticiou a compra de uma casa no Jurerê Internacional, por R$ 2 milhões, pela ex-amante do senador Renan Calheiros, Mônica Veloso.
A notícia completa foi publicada pelo Globo on line aqui.
A notícia completa foi publicada pelo Globo on line aqui.
Uma explicação, que pode não ser necessária
A novela envolvendo a nomeação de um novo secretário de Comunicação para a Prefeitura de Florianópolis durou três meses e tanto, desde que morreu o antigo titular, Ariel Bottaro Filho.
O prefeito Dário Berger fez várias sondagens, consultou seus principais assessores, convidou alguns nomes. Não teve sucesso. Era difícil encontrar um substituto para Ariel, que sempre foi mais do que um secretário, mas um conselheiro de primeira hora – era, depois de dona Rose (a primeira-dama), a pessoa que mais convivia com Berger.
Não foi este blogueiro quem primeiro noticiou – outros colunistas da cidade revelaram antes o fato – o aproveitamento interino do comunicador Miltinho Cunha na secretaria. Portanto, não houve qualquer inconfidência (ou quebra de off) aqui, quando mencionei num post de hoje cedo que Miltinho não durou um mês no cargo. Não quis depreciar o Miltinho. Pelo contrário, ele é uma figura da cidade, de grande e fraternal convivência com muita gente. Vai continuar sendo assim, porque é o estilo dele, um eterno gozador, espontâneo e brincalhão. Talvez esse estilo tenha contribuído para que o prefeito – ou o Politburo da prefeitura – fizesse outra opção na hora de escolher o secretário definitivo.
Portanto, não há nada mais a acrescentar. O cargo de secretário de Comunicação é público e, portanto, sujeito a discussões, revelações, especulações, críticas.
Lamento que algumas pessoas não tenham entendido o assunto dessa forma, a partir dessa ótica, achando que eu possa ter prejudicado o Miltinho. Não foi a intenção. O que publiquei foi o que as fontes deste blog repassaram para cá.
O prefeito Dário Berger fez várias sondagens, consultou seus principais assessores, convidou alguns nomes. Não teve sucesso. Era difícil encontrar um substituto para Ariel, que sempre foi mais do que um secretário, mas um conselheiro de primeira hora – era, depois de dona Rose (a primeira-dama), a pessoa que mais convivia com Berger.
Não foi este blogueiro quem primeiro noticiou – outros colunistas da cidade revelaram antes o fato – o aproveitamento interino do comunicador Miltinho Cunha na secretaria. Portanto, não houve qualquer inconfidência (ou quebra de off) aqui, quando mencionei num post de hoje cedo que Miltinho não durou um mês no cargo. Não quis depreciar o Miltinho. Pelo contrário, ele é uma figura da cidade, de grande e fraternal convivência com muita gente. Vai continuar sendo assim, porque é o estilo dele, um eterno gozador, espontâneo e brincalhão. Talvez esse estilo tenha contribuído para que o prefeito – ou o Politburo da prefeitura – fizesse outra opção na hora de escolher o secretário definitivo.
Portanto, não há nada mais a acrescentar. O cargo de secretário de Comunicação é público e, portanto, sujeito a discussões, revelações, especulações, críticas.
Lamento que algumas pessoas não tenham entendido o assunto dessa forma, a partir dessa ótica, achando que eu possa ter prejudicado o Miltinho. Não foi a intenção. O que publiquei foi o que as fontes deste blog repassaram para cá.
Posse confirmada
Está marcada para segunda-feira, às 14 horas, a posse do jornalista Paulo Arenhart na Secretaria de Comunicação Social da Prefeitura de Florianópolis.
O secretário
Não durou um mês a presença do polêmico Miltinho Cunha no staff do prefeito Dário Berger. Quem está assumindo a Secretaria de Comunicação Social da prefeitura é o jornalista Paulo Arenhart, ex-editor chefe do jornal Notícias do Dia. Este é, afinal, o substituto para Ariel Bottaro Filho, o secretário que morreu no exercício do cargo, há três meses.
Miltinho não combinava muito com o estilo Dário de ser. Espontâneo e gozador, o ex-colunista de O Estado não tinha o perfil para desempenhar as funções de secretário, num momento tão grave como este.
Arenhart, para quem não lembra, foi secretário de Estado na administração de Paulo Afonso Vieira. Atuou, há muitos anos, como repórter de política do jornal O Estado.
Miltinho não combinava muito com o estilo Dário de ser. Espontâneo e gozador, o ex-colunista de O Estado não tinha o perfil para desempenhar as funções de secretário, num momento tão grave como este.
Arenhart, para quem não lembra, foi secretário de Estado na administração de Paulo Afonso Vieira. Atuou, há muitos anos, como repórter de política do jornal O Estado.
Menos violência
Especialistas do setor asseguram que o número de homicídios vem caindo progressivamente, desde 2003, não só por causa das ações policiais nos centros urbanos, em especial nas áreas críticas. Para alguns estudiosos – e mesmo para autoridades – as ações sociais de emergência, envolvendo organizações não-governamentais, têm contribuído para amenizar o quadro, porque retiram das ruas os jovens que seriam cooptados pelo tráfico. E todos sabemos que os jovens são autores e vítimas preferenciais da violência praticada com armas de fogo.
É preciso admitir também que os programas sociais do Governo Federal também ajudam. As “bolsas” distribuídas a rodo para a população pobre representam, para essa gente, um mínimo de esperança. É triste, mas é verdade.
Outra análise é que a população aumenta e o número de homicídios decresce. Não deixa de ser um fato relevante.
[O que o Ministério da Saúde apontou: entre 2003 e 2006 o número de assassinatos com armas de fogo caiu 17,68% em Santa Catarina].
É preciso admitir também que os programas sociais do Governo Federal também ajudam. As “bolsas” distribuídas a rodo para a população pobre representam, para essa gente, um mínimo de esperança. É triste, mas é verdade.
Outra análise é que a população aumenta e o número de homicídios decresce. Não deixa de ser um fato relevante.
[O que o Ministério da Saúde apontou: entre 2003 e 2006 o número de assassinatos com armas de fogo caiu 17,68% em Santa Catarina].
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
Baixa
O prefeito de São José, Fernando Elias, perdeu seu melhor assessor de imprensa. Jurandir Siqueira deixou o cargo nesta quinta-feira, lamentando a falta de sintonia com Elias (por culpa do prefeito). Siqueira é um profissional de primeira qualidade. Já Elias, quem sabe? Uma autoridade que expulsa o vice-prefeito do seu (do vice) gabinete... Não deve ser muito, digamos, normal.
Ah, sim, o Jurandir tem um blog muito interessante, com informações regionais, cultura, análise e opinião. Aqui.
Ah, sim, o Jurandir tem um blog muito interessante, com informações regionais, cultura, análise e opinião. Aqui.
Ufa...
Mas, enfim, pelo menos dessa o prefeito de Florianópolis, Dário Berger, se livrou: sua infidelidade partidária (elegeu-se pelo PSDB e mudou para o PMDB no início deste mês) está salva. O Tribunal Superior Eleitoral decidiu na noite desta quinta-feira que as mudanças de sigla formalizadas antes de 16 de outubro não serão punidas.
Sem concessões
É o fim das concessões: greve de servidores públicos passam a ter as mesmas regras das realizadas no setor privado – ou seja, desconto dos dias parados, manutenção de serviços essenciais etc. e tal. É um belo presente para os funcionários públicos, três dias antes da data consagrada a eles. Confira aqui.
Vovó perigosa
Em Minas Gerais, uma velhota de 76 anos foi presa, acusada de tráfico de drogas. Ela confessou que já cumpriu pena de 13 anos pelo mesmo crime. Leia mais aqui.
Alívio para uns...
O que mais se ouve na cidade em relação à Operação Moeda Verde é que os desentendimentos entre Ministério Público, Justiça Federal e Polícia Federal esfriaram a divulgação dos nomes dos indiciados. Alguns dos relacionados na lista da delegada Júlia Vergara se sentem até aliviados: afinal, não há nada melhor para seus advogados do que a persistência de desavenças entre as autoridades responsáveis.
Candidatos a imortais
Alguém havia especulado que o governador Luiz Henrique da Silveira seria candidato a uma cadeira na Academia Catarinense de Letras, na vaga aberta com a morte de Almiro Caldeira de Andrade. Muita gente ficou preocupada porque, afinal, LHS não é, digamos assim, um homem de letras. Muito menos alguém que apóie a cultura catarinense com aquela vibração que se espera de um governador. Se fosse candidato, e se fosse eleito, seria estranho, para se dizer o mínimo.
Mas já há uma lista formada para o pleito que acontece em novembro. LHS está fora. Quem está lá: Neida Rocha Wobeto, que não conheço; Oswaldo Della Giustina, pesquisador e professor; Luiz Carlos Amorim, poeta e grande batalhador da cultura; Oldemar Olsen Jr., romancista, poeta, polemista e também grande batalhador da cultura.
Como não sou acadêmico, não posso votar. Mas arrisco em dizer que, dentre todos, Della Giustina e Olsen Jr. devem dividir os votos dos nossos imortais. Até porque, são os dois que têm mais destaque estadual e nacional em suas carreiras.
Mas já há uma lista formada para o pleito que acontece em novembro. LHS está fora. Quem está lá: Neida Rocha Wobeto, que não conheço; Oswaldo Della Giustina, pesquisador e professor; Luiz Carlos Amorim, poeta e grande batalhador da cultura; Oldemar Olsen Jr., romancista, poeta, polemista e também grande batalhador da cultura.
Como não sou acadêmico, não posso votar. Mas arrisco em dizer que, dentre todos, Della Giustina e Olsen Jr. devem dividir os votos dos nossos imortais. Até porque, são os dois que têm mais destaque estadual e nacional em suas carreiras.
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
Angra dos Reis e Parati...
... são dois paraísos ecológicos e turísticos. Lá, como cá, uma operação policial prendeu homens públicos e empresários envolvidos em negociações de licenças ambientais. Lá, como cá, há suspeita de que o vazamento de informações sobre a operação beneficiou alguns...Os franceses têm um dito popular impecável: c’est tout la même chose. Em bom português: é tudo a mesma coisa.
Saudade dos pampas
No Clic RBS, pra variar, aquele gostinho da saudade dos pampas: a chamada menciona “gaúcha que vive na Califórnia fala sobre os incêndios” (aqui). Mas vejam bem: ela é gaúcha, não é brasileira.
Um padre em questão
O padre Júlio Lancelotti é um dos entrevistados favoritos do apresentador Jô Soares. Por conta de sua simpatia e de seu vínculo com grandes causas sociais, conquistou a admiração de milhões de brasileiros através do Programa do Jô. Acusado de abuso sexual contra um menor de idade, e depois de ter denunciado ser vítima de extorsão, o religioso mantém-se à distância das câmeras. Uma pena. Quem gosta de padre Júlio torce para que ele consiga comprovar sua inocência. Caso contrário, a tristeza será imensa.
Pauta velha
O leitor Sérgio Luiz tem toda razão: a pauta sobre a maconha na UFSC é velha de dar dó. A RBS TV já deve ter feito a mesma matéria umas dez vezes nos últimos anos. A diferença é que a pauta foi bem vendida para a Globo, que lhe deu destaque no Jornal da Globo de ontem e no site G1 (hoje).
Mais razão do leitor: por que só a UFSC? Fuma-se maconha em qualquer lugar público de Florianópolis. Na pracinha perto da minha casa a maresia é constante. Na praça Tancredo Neves, a 100 metros do Tribunal de Justiça e da Assembléia Legislativa, também. Embaixo da ponte Colombo Salles, idem. Nas imediações da rodoviária, idem, idem.
Querem derrubar o reitor da UFSC, o professor Lúcio Botelho? Não precisa, ele já se cansou do cargo. Tanto que nem vai concorrer à reeleição. Querem derrubar os estudantes do ensino público? Deve ser.
Mais razão do leitor: por que só a UFSC? Fuma-se maconha em qualquer lugar público de Florianópolis. Na pracinha perto da minha casa a maresia é constante. Na praça Tancredo Neves, a 100 metros do Tribunal de Justiça e da Assembléia Legislativa, também. Embaixo da ponte Colombo Salles, idem. Nas imediações da rodoviária, idem, idem.
Querem derrubar o reitor da UFSC, o professor Lúcio Botelho? Não precisa, ele já se cansou do cargo. Tanto que nem vai concorrer à reeleição. Querem derrubar os estudantes do ensino público? Deve ser.
Fogo amigo
Tão antigo quanto a própria instituição, que tem 45 anos de existência, o hábito de fumar maconha dentro do campus da UFSC ganhou manchetes nacionais graças à matéria produzida e apresentada no Jornal do Almoço (RBS TV) de ontem.
Quando estudei na UFSC, em tempos de ditadura militar, havia um destino certo para os fumantes, também chamados de "malucos": Planetário. Era para lá que se dirigiam os rapazes. Na reportagem de ontem, vi que a turma agora pratica o fogo amigo em campo aberto, na frente do Centro de Comunicação e Expressão (onde estudam os futuros jornalistas!), a menos de 100 metros da reitoria.
O equívoco, em geral, nessas matérias sobre consumo de maconha é a falta de discussão sobre a descriminalização. Há muita gente que gostaria de debater o assunto.
Quando estudei na UFSC, em tempos de ditadura militar, havia um destino certo para os fumantes, também chamados de "malucos": Planetário. Era para lá que se dirigiam os rapazes. Na reportagem de ontem, vi que a turma agora pratica o fogo amigo em campo aberto, na frente do Centro de Comunicação e Expressão (onde estudam os futuros jornalistas!), a menos de 100 metros da reitoria.
O equívoco, em geral, nessas matérias sobre consumo de maconha é a falta de discussão sobre a descriminalização. Há muita gente que gostaria de debater o assunto.
Mais pesado
O inquérito da Operação Moeda Verde vai para o Tribunal Regional Federal (TRF), em Porto Alegre, porque o prefeito Dário Berger tem direito a foro privilegiado.
Mas por aqui já começam os movimentos nos bastidores, entre oposicionistas do prefeito, para que ele seja afastado do cargo enquanto o processo corre na Justiça Federal. Alguns adversários falam inclusive em impeachment, enquanto os peemedebistas históricos seguem corados – de vergonha e de raiva, porque há poucos dias tiveram que engolir a filiação de Berger.
Em outras palavras: se o clima político na Capital já era ruim antes do indiciamento do prefeito pela Polícia Federal, agora está muito pior, muito mais pesado. E é impossível imaginar o que pode acontecer nos próximos meses.
Mas por aqui já começam os movimentos nos bastidores, entre oposicionistas do prefeito, para que ele seja afastado do cargo enquanto o processo corre na Justiça Federal. Alguns adversários falam inclusive em impeachment, enquanto os peemedebistas históricos seguem corados – de vergonha e de raiva, porque há poucos dias tiveram que engolir a filiação de Berger.
Em outras palavras: se o clima político na Capital já era ruim antes do indiciamento do prefeito pela Polícia Federal, agora está muito pior, muito mais pesado. E é impossível imaginar o que pode acontecer nos próximos meses.
terça-feira, 23 de outubro de 2007
A Coca-Cola e o saber
Munição para a defesa
É possível que os advogados dos 54 indiciados disponham de farta munição para defender seus clientes das acusações imputadas pela Polícia Federal.
A principal questão: há muita confusão envolvendo o Ministério Público Federal, a Polícia Federal e a Justiça Federal. Os integrantes dos três órgãos não se entendem quanto às investigações e ao inquérito da Moeda Verde.
Sendo assim, e não havendo consenso entre os acusadores, as denúncias se tornam, digamos, mais defensáveis. Porque, neste caso, vale a máxima do Direito: em dúvida, pró-réu.
* * *
Mesmo que todos sejam inocentados (essa hipótese é perfeitamente admissível), o estrago político para aqueles que têm intenção de disputar a eleição do ano que vem já está feito. As manchetes de jornais valem mais, numa rinha eleitoral, do que as eventuais sentenças de absolvição.
* * *
O presidente do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf), delegado federal Ildo Rosa, anunciou que vai deixar o cargo na quinta-feira. Faz tempo que Ildo não se sente confortável na cadeira que ocupa no Ipuf. A inclusão de seu nome no rol de indiciados apenas apressou uma decisão que ele já havia tomado.
O delegado faz parte da velha guarda da PF em Santa Catarina.
A delegada que o incluiu entre os denunciados é da nova geração da PF (tem menos de 30 anos).
* * *
O prefeito Dário Berger deve conceder entrevista coletiva hoje à tarde. Vai soltar o verbo contra os investigadores e contra seus adversários.
Antes da divulgação dos nomes indiciados pela Polícia Federal (na edição de hoje do Diário Catarinense), o prefeito Dário Berger desdenhou, dizendo que era mais fácil a sua antecessora (Angela Amin) constar da lista dos acusados. Ao saber ontem que ele estava no rol e a ex-prefeita não, Dário ficou indignado.
Se o atual prefeito tem provas contra Angela, ele deve apresentá-las. Não basta esbravejar.
A principal questão: há muita confusão envolvendo o Ministério Público Federal, a Polícia Federal e a Justiça Federal. Os integrantes dos três órgãos não se entendem quanto às investigações e ao inquérito da Moeda Verde.
Sendo assim, e não havendo consenso entre os acusadores, as denúncias se tornam, digamos, mais defensáveis. Porque, neste caso, vale a máxima do Direito: em dúvida, pró-réu.
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Mesmo que todos sejam inocentados (essa hipótese é perfeitamente admissível), o estrago político para aqueles que têm intenção de disputar a eleição do ano que vem já está feito. As manchetes de jornais valem mais, numa rinha eleitoral, do que as eventuais sentenças de absolvição.
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O presidente do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf), delegado federal Ildo Rosa, anunciou que vai deixar o cargo na quinta-feira. Faz tempo que Ildo não se sente confortável na cadeira que ocupa no Ipuf. A inclusão de seu nome no rol de indiciados apenas apressou uma decisão que ele já havia tomado.
O delegado faz parte da velha guarda da PF em Santa Catarina.
A delegada que o incluiu entre os denunciados é da nova geração da PF (tem menos de 30 anos).
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O prefeito Dário Berger deve conceder entrevista coletiva hoje à tarde. Vai soltar o verbo contra os investigadores e contra seus adversários.
Antes da divulgação dos nomes indiciados pela Polícia Federal (na edição de hoje do Diário Catarinense), o prefeito Dário Berger desdenhou, dizendo que era mais fácil a sua antecessora (Angela Amin) constar da lista dos acusados. Ao saber ontem que ele estava no rol e a ex-prefeita não, Dário ficou indignado.
Se o atual prefeito tem provas contra Angela, ele deve apresentá-las. Não basta esbravejar.
Pano pra manga
Quando escrevi aqui, na semana passada, que era preciso um perdigueiro para descobrir os outros nomes dos indiciados pela Polícia Federal na Operação Moeda Verde, acertei em cheio: a matéria que o Diário Catarinense publica hoje, revelando todos os que constam da relação elaborada pela delegada Júlia Vergara (54 pessoas), é assinada pelo jovem repórter João Cavallazzi, com a colaboração dos também jovens Felipe Pereira e Diogo Vargas.
A rigor, o indiciamento do prefeito Dário Berger não surpreende a ninguém. Muitos vereadores e outras lideranças da cidade, inclusive empresariais, tinham certeza de que isso aconteceria, da mesma forma que a inclusão no inquérito do empresário Carlos Amastha, empreendedor do Floripa Shopping. Há secretários municipais e funcionários públicos na lista, o que não chega também a constituir surpresa, uma vez que a prefeitura foi um dos focos da investigação da PF.
A publicação de todos os nomes vai produzir ampla repercussão na cidade a partir de hoje, com graves reflexos para a atividade política na Capital. Berger passou recentemente para o PMDB, seguindo uma estratégia traçada pelo governador Luiz Henrique a Silveira. É evidente que o PMDB sofrerá as conseqüências, ainda que os nomes históricos do partido nada tenham a ver com tudo isso. Mas estamos todos convictos que LHS como chefe político, francamente, deixou a desejar, para se dizer o mínimo.
Mas é preciso, enfim, esclarecer que o indiciamento não significa, necessariamente, a indicação final de culpa. Na verdade, todos os acusados têm direito a ampla defesa, podendo apresentar seus argumentos de acordo com os prazos e as determinações da Justiça Federal. Em outras palavras, os 54 nomes relacionados no inquérito são, até aqui, apenas suspeitos pelos crimes apontados pela Polícia Federal.
A matéria completa do Diário Catarinense está AQUI.
A rigor, o indiciamento do prefeito Dário Berger não surpreende a ninguém. Muitos vereadores e outras lideranças da cidade, inclusive empresariais, tinham certeza de que isso aconteceria, da mesma forma que a inclusão no inquérito do empresário Carlos Amastha, empreendedor do Floripa Shopping. Há secretários municipais e funcionários públicos na lista, o que não chega também a constituir surpresa, uma vez que a prefeitura foi um dos focos da investigação da PF.
A publicação de todos os nomes vai produzir ampla repercussão na cidade a partir de hoje, com graves reflexos para a atividade política na Capital. Berger passou recentemente para o PMDB, seguindo uma estratégia traçada pelo governador Luiz Henrique a Silveira. É evidente que o PMDB sofrerá as conseqüências, ainda que os nomes históricos do partido nada tenham a ver com tudo isso. Mas estamos todos convictos que LHS como chefe político, francamente, deixou a desejar, para se dizer o mínimo.
Mas é preciso, enfim, esclarecer que o indiciamento não significa, necessariamente, a indicação final de culpa. Na verdade, todos os acusados têm direito a ampla defesa, podendo apresentar seus argumentos de acordo com os prazos e as determinações da Justiça Federal. Em outras palavras, os 54 nomes relacionados no inquérito são, até aqui, apenas suspeitos pelos crimes apontados pela Polícia Federal.
A matéria completa do Diário Catarinense está AQUI.
segunda-feira, 22 de outubro de 2007
A penúria das estradas
Quem viaja muito, como este blogueiro, acaba conhecendo os buracos das estradas com a palma da mão. Quando consertam as rodovias, a gente até estranha... Cadê aquele meu buraco favorito, ou aquela ondulação, ou aquela rachadura?
Mas tem uma coisa que nos intriga sempre: Santa Catarina é um Estado turístico. Recebe milhões de visitantes durante a temporada de veraneio. Apesar disso, obras absolutamente necessárias – como os dois viadutos que estão sendo construídos no trevo de Governador Celso Ramos e Balneário Camboriú – são iniciadas justo quando uma nova temporada está para começar. O resultado são engarrafamentos imensos e inevitáveis acidentes – em especial quando chove, como na semana passada.
Tem mais: estranhei ontem, ao passar pelo túnel do Morro do Boi, em Balneário Camboriú, que aquela passagem esteja restrita a meia pista. Fui investigar e descobri que a causa: são fissuras que apareceram na rocha escavada para construção daquela obra de arte. Fissuras na rocha? Que coisa mais estranha...
Ah, e nem venham culpar o governo Lula pelos problemas na BR-101 Norte. A duplicação da 101 Norte foi realizada na administração de Fernando Henrique (inclusive o túnel). O que o DNIT faz hoje é completar o que FHC não cumpriu (e que era exigência contratual com o BID).
Mas tem uma coisa que nos intriga sempre: Santa Catarina é um Estado turístico. Recebe milhões de visitantes durante a temporada de veraneio. Apesar disso, obras absolutamente necessárias – como os dois viadutos que estão sendo construídos no trevo de Governador Celso Ramos e Balneário Camboriú – são iniciadas justo quando uma nova temporada está para começar. O resultado são engarrafamentos imensos e inevitáveis acidentes – em especial quando chove, como na semana passada.
Tem mais: estranhei ontem, ao passar pelo túnel do Morro do Boi, em Balneário Camboriú, que aquela passagem esteja restrita a meia pista. Fui investigar e descobri que a causa: são fissuras que apareceram na rocha escavada para construção daquela obra de arte. Fissuras na rocha? Que coisa mais estranha...
Ah, e nem venham culpar o governo Lula pelos problemas na BR-101 Norte. A duplicação da 101 Norte foi realizada na administração de Fernando Henrique (inclusive o túnel). O que o DNIT faz hoje é completar o que FHC não cumpriu (e que era exigência contratual com o BID).
Listas a mil
As especulações nos bastidores continuam fervendo: quem seriam os outros (“mais de 20”, segundo a Polícia Federal) indiciados na Operação Moeda Verde? Há notícias de bolsas de apostas funcionando nos principais pontos de fofocas da cidade. Pelo menos uma importante autoridade lidera todas as listas.
Amadores e profissionais
A sensação do fim de semana foi a última prova da Fórmula 1, que definiu o campeão – Kimi Raikkonen, da gloriosa Ferrari. Raikkonen superou o favorito, Lewis Hamilton (McLaren), que perdeu o campeonato por causa de dois erros, um no Grande Prêmio da China, outro no Grande Prêmio do Brasil.
Hamilton, considerado o piloto perfeito, não podia cometer nenhum deslize. Teve a pouca sorte de chegar à final com mais dois adversários na sua cola. Não podia errar. Mas mostrou seu lado amador justamente quando não podia se comportar assim. Felipe Massa e Kimi Raikkonen, profissionais de mão cheia, aproveitaram a chance para colocar a Ferrari no pódio.
Hamilton, considerado o piloto perfeito, não podia cometer nenhum deslize. Teve a pouca sorte de chegar à final com mais dois adversários na sua cola. Não podia errar. Mas mostrou seu lado amador justamente quando não podia se comportar assim. Felipe Massa e Kimi Raikkonen, profissionais de mão cheia, aproveitaram a chance para colocar a Ferrari no pódio.
sábado, 20 de outubro de 2007
Um símbolo emparedado
Já repararam que a ponte Hercílio Luz está “desaparecendo” da paisagem? Na imagem, registrada a partir do Morro da Cruz, os prédios que estão sendo construídos na esquina das ruas Hoepcke e Felipe Schmidt já esconderam parcialmente o nosso maior símbolo. E olha que a ponte é tombada como patrimônio histórico...
QUASE 20 ANOS...
... separam estas imagens
Como hoje é sábado e o dia amanheceu muito bonito, uma comparação de Florianópolis em dois momentos: na primeira imagem, capa de um livro didático editado em 1989; na segunda, a cidade hoje (clic registrado no dia 10 deste mês). Nem é preciso escrever muita coisa... as fotos dizem tudo: chegamos ao limite.
O prazer do tarado
Leiam só este trecho da matéria do G1 sobre a prisão do pedófilo canadense Christopher Neil:
"A polícia não divulgou mais detalhes da captura. Paisal Luesomboon (chefe de polícia) apenas disse que Neil sabia que estava sendo procurado e que, no momento da prisão, não reagiu nem falou muito com os policiais".
Não sei aonde e quando ouvi (ou li) que "o prazer do tarado é ser descoberto". A matéria do G1 só confirma o dito.
Mais sobre a prisão do taradão AQUI.
"A polícia não divulgou mais detalhes da captura. Paisal Luesomboon (chefe de polícia) apenas disse que Neil sabia que estava sendo procurado e que, no momento da prisão, não reagiu nem falou muito com os policiais".
Não sei aonde e quando ouvi (ou li) que "o prazer do tarado é ser descoberto". A matéria do G1 só confirma o dito.
Mais sobre a prisão do taradão AQUI.
O juiz
Vivem querendo derrubar o juiz Zenildo Bodnar, o homem da Justiça Federal responsável pela questão da Moeda Verde (esquema de supostas negociações de licenças ambientais em Florianópolis).
A matéria do João Cavallazzi, publicada no Clic RBS, é muito esclarecedora – porque tentaram de novo tirar o meritíssimo da jogada. Leiam AQUI.
A matéria do João Cavallazzi, publicada no Clic RBS, é muito esclarecedora – porque tentaram de novo tirar o meritíssimo da jogada. Leiam AQUI.
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
Sensação nas telas
A sensação cultural do momento em Florianópolis é o filme "Tropa de Elite". Quase todos já sabem o enredo, mas não há quem não queira assistir a obra na telona.
A propósito: apesar da repressão, os camelôs que vendem cópias de DVDs piratas continuam agindo livremente nas ruas de comércio popular da Capital. Como não podem expor o produto, exibem cópias xerox - de péssima qualidade - das capas dos DVDs. O hit do momento é "Tropa de Elite", que eles anunciam em voz alta para todos os passantes, inclusive para os policiais e fiscais da prefeitura.
Mais uma coisinha sobre DVDs: não foi só a pirataria que começou a derrubar as videolocadoras (muitas estão fechando as portas, mudando de ramo ou agregando novos serviços). Nas Americanas, compram-se filmes bons por R$ 12,50, enquanto as locações andam pela faixa de R$ 6 ou R$ 6,50. Além disso, muita gente consegue baixar bons filmes através da Internet.
A propósito: apesar da repressão, os camelôs que vendem cópias de DVDs piratas continuam agindo livremente nas ruas de comércio popular da Capital. Como não podem expor o produto, exibem cópias xerox - de péssima qualidade - das capas dos DVDs. O hit do momento é "Tropa de Elite", que eles anunciam em voz alta para todos os passantes, inclusive para os policiais e fiscais da prefeitura.
Mais uma coisinha sobre DVDs: não foi só a pirataria que começou a derrubar as videolocadoras (muitas estão fechando as portas, mudando de ramo ou agregando novos serviços). Nas Americanas, compram-se filmes bons por R$ 12,50, enquanto as locações andam pela faixa de R$ 6 ou R$ 6,50. Além disso, muita gente consegue baixar bons filmes através da Internet.
Rubinho corre atrás
Incrível, mas tem gente torcendo para que Rubinho Barrichello conquiste pelo menos um ponto no Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 que acontece no domingo. Barrichello, ridicularizado há anos pelos humoristas, conseguiu a proeza de correr um campeonato inteiro sem marcar um único ponto. Só passeou. Ou é malandro (com todo respeito), ou é muito incompetente mesmo.
Apaixonado
O vereador João Aurélio Valente (PP) é, como este e muitos outros florianopolitanos, um apaixonado pela cidade. Circulava ontem à tarde pelo calçadão da Rua Felipe Schmidt registrando imagens de nosso belo patrimônio histórico.
Alguns amigos que assistiram a cena suspeitaram que Valente podia estar "colhendo provas" para seu trabalho na Câmara... Ele é um dos que mais se destacam na oposição ao prefeito Dário Berger.
Alguns amigos que assistiram a cena suspeitaram que Valente podia estar "colhendo provas" para seu trabalho na Câmara... Ele é um dos que mais se destacam na oposição ao prefeito Dário Berger.
Prestígio
A posse do engenheiro José Carlos Rauen na superintendência da Fundação do Meio Ambiente de Florianópolis (Floram) foi uma das mais concorridas em toda a administração do prefeito Dário Berger. Meio mundo da engenharia e da política esteve no gabinete do alcaide. Faltou espaço para tanta gente: dezenas de pessoas espremeram-se pelos corredores, na expectativa de abraçar Rauen ao final. Dirigentes de entidades nacionais e estaduais ligadas à engenharia também estiveram presentes.
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
Educação distorcida
Os brasileiros de modo geral conhecem mal e porcamente a sua própria História. Enquetes realizadas pelas emissoras de televisão mostram que os cidadãos desconhecem símbolos, hinos, personagens e fatos históricos.
Ainda assim, o ditador Hugo Chávez pretende distribuir nas escolas brasileiras, com permissão do Estado brasileiro, uma edição especial - traduzida para o português - contendo a biografia e os pensamentos de Simon Bolívar, o libertador.
Nada contra a memória de Bolívar (Che Guevara também é muito cultuado por aqui, especialmente pelos jovens). Mas o governo brasileiro vai permitir uma ingerência dessa natureza, de caráter absolutamente doutrinário? Por que não ensinar aos estudantes brasileiros a nossa própria História, sem a contaminação ideológica e propósitos falsamente revolucionários?
A matéria completa sobre a intromissão de Hugo Chávez na nossa educação pode ser lida AQUI.
Ainda assim, o ditador Hugo Chávez pretende distribuir nas escolas brasileiras, com permissão do Estado brasileiro, uma edição especial - traduzida para o português - contendo a biografia e os pensamentos de Simon Bolívar, o libertador.
Nada contra a memória de Bolívar (Che Guevara também é muito cultuado por aqui, especialmente pelos jovens). Mas o governo brasileiro vai permitir uma ingerência dessa natureza, de caráter absolutamente doutrinário? Por que não ensinar aos estudantes brasileiros a nossa própria História, sem a contaminação ideológica e propósitos falsamente revolucionários?
A matéria completa sobre a intromissão de Hugo Chávez na nossa educação pode ser lida AQUI.
Tarefa para os perdigueiros
Cabe aos repórteres - aqueles que, nas redações dos anos 1980 e 1990, nós chamávamos carinhosamente de "perdigueiros", os que atuam na reportagem investigativa - descobrir qualquer coisa sobre esse relatório da Polícia Federal que está trancado a sete chaves.
Podemos acreditar que em não muito tempo devem surgir informações não baseadas nas fontes oficiais. Alguém, fora da Polícia Federal, Ministério Público e Justiça Federal, deve saber de alguma coisa. O problema é chegar nesse alguém.
Podemos acreditar que em não muito tempo devem surgir informações não baseadas nas fontes oficiais. Alguém, fora da Polícia Federal, Ministério Público e Justiça Federal, deve saber de alguma coisa. O problema é chegar nesse alguém.
Indiciados na Moeda Verde passam de 40
A coordenadora da Operação Moeda Verde, delegada Júlia Vergara, revelou há pouco, em entrevista coletiva, que são mais de 42 (portanto, 20 a mais do que os presos em maio) os indiciados no inquérito envolvendo a intermediação de licenças ambientais na Ilha de Santa Catarina. Pouco mais acrescentou, porque a Polícia Federal está impedida de divulgar informações sobre o relatório produzido. Segredo processual é a alegação oficial, porque, segundo a delegada, há detalhes sobre sigilo bancário e fiscal que não podem ser abertos ao público, uma vez que são protegidos pela Constituição.
Os crimes apurados, conforme a delegada, atentaram contra a legislação ambiental e a administração pública, falsidade ideológica, corrupção, formação de quadrilha e tráfico de influência.
Os repórteres presentes ao auditório da PF insistiram, insistiram, mas não teve jeito. Júlia Vergara não abriu mais nada. A PF está absolutamente fiel à determinação da Justiça Federal, evitando qualquer tipo de vazamento para não comprometer a conclusão dos trabalhos. Ainda segundo Júlia, podem ocorrer novas investigações por parte da polícia, se o Ministério Público e o juiz Zenildo Bodnar assim entenderem.
P.S. 1 – Parece claro que alguém puxou as orelhas da Polícia Federal, em função dos vazamentos ocorridos após a operação, em maio deste ano. A divulgação de gravações de conversas deve ter sido a causa desse “aperto” que a PF levou.
P.S. 2 – O clima na cidade é dos mais desalentadores, porque a ansiedade é grande: muitos florianopolitanos querem saber os nomes dos outros indiciados. Pelo mistério, somos forçados a acreditar que a PF tenha pescado mais “gente grande” na sua rede.
Os crimes apurados, conforme a delegada, atentaram contra a legislação ambiental e a administração pública, falsidade ideológica, corrupção, formação de quadrilha e tráfico de influência.
Os repórteres presentes ao auditório da PF insistiram, insistiram, mas não teve jeito. Júlia Vergara não abriu mais nada. A PF está absolutamente fiel à determinação da Justiça Federal, evitando qualquer tipo de vazamento para não comprometer a conclusão dos trabalhos. Ainda segundo Júlia, podem ocorrer novas investigações por parte da polícia, se o Ministério Público e o juiz Zenildo Bodnar assim entenderem.
P.S. 1 – Parece claro que alguém puxou as orelhas da Polícia Federal, em função dos vazamentos ocorridos após a operação, em maio deste ano. A divulgação de gravações de conversas deve ter sido a causa desse “aperto” que a PF levou.
P.S. 2 – O clima na cidade é dos mais desalentadores, porque a ansiedade é grande: muitos florianopolitanos querem saber os nomes dos outros indiciados. Pelo mistério, somos forçados a acreditar que a PF tenha pescado mais “gente grande” na sua rede.
Os modelos do governo
Faz cinco anos que os artistas de Santa Catarina estão indignados com o Governo do Estado. Desde que Luiz Henrique assumiu, a cultura catarinense foi relegada a um plano secundário, bem secundário. Deixou de ser uma política de Estado para se transformar num modelo privatizante, mercadológico. LHS empurra a cultura de Santa Catarina para o ralo da viração (cada um por si e Deus por todos). Mas não pára por aí. Soube hoje que na saúde a questão se encaminha também nesse sentido. Os gênios do planejamento governamental querem entregar a administração de setores importantes da saúde catarinense para a iniciativa privada. Mas os funcionários públicos, responsáveis pelo atendimento da população, não estão deixando barato: mobilizações em todo o Estado denunciam a falta de sensibilidade e a irresponsabilidade do governo. A encrenca é grande.
Ainda Noblat
Outras considerações do jornalista Ricardo Noblat, durante sua palestra no "Brasil em Debate", promovido pela Assembléia Legislativa catarinense, tendo a questão dos blogs como foco central:
– Tenho esperança de que os jornalistas possam se tornar pessoas menos arrogantes.
– A gente tem que privatizar o noticiário. Hoje o noticiário é estatizado. A imprensa se tornou refém das fontes oficiais. Os jornais dão as mesmas notícias todos os dias, porque ficam girando em torno dos mesmos assuntos.
– A queda na tiragem dos jornais impressos não é de se lamentar. Nós estamos vivendo uma revolução.
– Os jornais impressos não serão os mesmos no futuro. Esse modelo de jornal impresso, com notícias de ontem, não vai continuar. O jornalismo on line traz informações mais fáceis, instantâneas.
– O autor do blog tem que assumir o que escreve, não tem a quem culpar.
Neste ponto, Ricardo Noblat contou uma anedota ótima:
Um sujeito queria muito ser ator. Fez de tudo para representar corretamente, entrou em escolas especializadas, atuou em grupos amadores. Mas não convencia ninguém. Depois que recebeu uma herança, deixada por um tio rico, prosseguiu em sua obsessão. Comprou um teatro. Escalou-se para representar "Hamlet", o clássico drama de William Shakespeare. Ele no papel principal, é claro. Platéia lotada, começou a encenação. Um grupo de espectadores deixou o teatro, vaiando a montagem. Outro grupo foi embora. Mais um e mais um. Até que os últimos espectadores começaram a depredar o teatro. Então, o "ator" gritou do palco: "'Peraí, gente. Não fui eu que escrevi esta merda".
– Tenho esperança de que os jornalistas possam se tornar pessoas menos arrogantes.
– A gente tem que privatizar o noticiário. Hoje o noticiário é estatizado. A imprensa se tornou refém das fontes oficiais. Os jornais dão as mesmas notícias todos os dias, porque ficam girando em torno dos mesmos assuntos.
– A queda na tiragem dos jornais impressos não é de se lamentar. Nós estamos vivendo uma revolução.
– Os jornais impressos não serão os mesmos no futuro. Esse modelo de jornal impresso, com notícias de ontem, não vai continuar. O jornalismo on line traz informações mais fáceis, instantâneas.
– O autor do blog tem que assumir o que escreve, não tem a quem culpar.
Neste ponto, Ricardo Noblat contou uma anedota ótima:
Um sujeito queria muito ser ator. Fez de tudo para representar corretamente, entrou em escolas especializadas, atuou em grupos amadores. Mas não convencia ninguém. Depois que recebeu uma herança, deixada por um tio rico, prosseguiu em sua obsessão. Comprou um teatro. Escalou-se para representar "Hamlet", o clássico drama de William Shakespeare. Ele no papel principal, é claro. Platéia lotada, começou a encenação. Um grupo de espectadores deixou o teatro, vaiando a montagem. Outro grupo foi embora. Mais um e mais um. Até que os últimos espectadores começaram a depredar o teatro. Então, o "ator" gritou do palco: "'Peraí, gente. Não fui eu que escrevi esta merda".
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
Noblat entre nós
O mais conhecido entre os blogueiros do Brasil, jornalista Ricardo Noblat, esteve na noite de hoje (quarta) em Florianópolis, dentro da programação "O Brasil em Debate", na Assembléia Legislativa.
Foi uma aula sobre jornalismo on line. Literalmente: quase 90% da platéia era constituída por estudantes dos cursos de comunicação social das nossas universidades (UFSC, Univali, Unisul e Estácio de Sá). Uma juventude inquieta, de dar gosto de ver e ouvir (eles perguntaram muito).
Noblat discorreu sobre o fenômeno dos blogs - cujo número estimado no mundo é de 72 milhões -, uma verdadeira revolução na comunicação, que desperta discussões valiosas sobre o futuro do jornalismo. Uma das questões levantadas pelos estudantes foi justamente voltada à profissão: se os jornais impressos tendem a desaparecer, o que será dos novos jornalistas? "Vão continuar trabalhando como repórteres, para os blogs, para os sites noticiosos", afirmou Noblat. Não há risco quanto a isso, exceto, talvez, pela exigência de muito mais qualidade e credibilidade. Jornalistas que escrevem mal e porcamente, em muitos jornais, como acontece hoje, estarão fora do disputadíssimo mercado on line, onde vai prevalecer o talento, também conhecido como preparo ou capacitação.
Mas voltando ao papo de Noblat, algumas características do blog destacadas por ele:
1 - linguagem renovada ("graças a Deus não inventaram manual de redação para blogs. Espero que não inventem nunca")
2 - convergência de mídias ("blog é jornal, rádio e TV ao mesmo tempo")
3 - se aproxima do ponto de vista do cidadão comum
4 - simplicidade do meio
5 - velocidade
6 - fato, análise e opinião
7 - trabalho solidário (redes de blogs)
8 - interatividade
9 - espaço democrático
10 - prestação de serviços
11 - capacidade de mobilização
12 - jornalismo de grife ("é pessoal, não se terceiriza; blog tem nome, tem impressão digital")
As conseqüências da dobradinha internet/blog, segundo Noblat:
- Eu sou o veículo (blog)
- Todos produzindo conteúdos (blogs)
- Fim do monopólio dos jornalistas
"O que fará o diferencial será a credibilidade e a qualidade", assinalou.
Noblat citou também a nova mídia, com o exemplo do OhmyNews, jornal on line publicado na Coréia, que introduziu um novo conceito de notícia - a notícia como produto de troca, ou seja: não é um produto de mão única. O Ohmynews tem mais de 700 mil acessos por dia e não tem repórteres em seus quadros: quase todo o material informativo é enviado pelos leitores e reescrito pelo editor, o senhor Oh.
Concluindo: foi uma grande noite na Assembléia Legislativa. Transcrever aqui tudo o que foi dito pelo mestre seria impossível. Coloquei alguns pontos básicos da palestra e, mais adiante, passo outras considerações feitas por Noblat, inclusive suas críticas ao jornalismo praticado pela chamada grande mídia brasileira.
Foi uma aula sobre jornalismo on line. Literalmente: quase 90% da platéia era constituída por estudantes dos cursos de comunicação social das nossas universidades (UFSC, Univali, Unisul e Estácio de Sá). Uma juventude inquieta, de dar gosto de ver e ouvir (eles perguntaram muito).
Noblat discorreu sobre o fenômeno dos blogs - cujo número estimado no mundo é de 72 milhões -, uma verdadeira revolução na comunicação, que desperta discussões valiosas sobre o futuro do jornalismo. Uma das questões levantadas pelos estudantes foi justamente voltada à profissão: se os jornais impressos tendem a desaparecer, o que será dos novos jornalistas? "Vão continuar trabalhando como repórteres, para os blogs, para os sites noticiosos", afirmou Noblat. Não há risco quanto a isso, exceto, talvez, pela exigência de muito mais qualidade e credibilidade. Jornalistas que escrevem mal e porcamente, em muitos jornais, como acontece hoje, estarão fora do disputadíssimo mercado on line, onde vai prevalecer o talento, também conhecido como preparo ou capacitação.
Mas voltando ao papo de Noblat, algumas características do blog destacadas por ele:
1 - linguagem renovada ("graças a Deus não inventaram manual de redação para blogs. Espero que não inventem nunca")
2 - convergência de mídias ("blog é jornal, rádio e TV ao mesmo tempo")
3 - se aproxima do ponto de vista do cidadão comum
4 - simplicidade do meio
5 - velocidade
6 - fato, análise e opinião
7 - trabalho solidário (redes de blogs)
8 - interatividade
9 - espaço democrático
10 - prestação de serviços
11 - capacidade de mobilização
12 - jornalismo de grife ("é pessoal, não se terceiriza; blog tem nome, tem impressão digital")
As conseqüências da dobradinha internet/blog, segundo Noblat:
- Eu sou o veículo (blog)
- Todos produzindo conteúdos (blogs)
- Fim do monopólio dos jornalistas
"O que fará o diferencial será a credibilidade e a qualidade", assinalou.
Noblat citou também a nova mídia, com o exemplo do OhmyNews, jornal on line publicado na Coréia, que introduziu um novo conceito de notícia - a notícia como produto de troca, ou seja: não é um produto de mão única. O Ohmynews tem mais de 700 mil acessos por dia e não tem repórteres em seus quadros: quase todo o material informativo é enviado pelos leitores e reescrito pelo editor, o senhor Oh.
Concluindo: foi uma grande noite na Assembléia Legislativa. Transcrever aqui tudo o que foi dito pelo mestre seria impossível. Coloquei alguns pontos básicos da palestra e, mais adiante, passo outras considerações feitas por Noblat, inclusive suas críticas ao jornalismo praticado pela chamada grande mídia brasileira.
Escolhido novo superintendente da Floram
O prefeito Dário Berger confirmou hoje, às 11h20, o nome do novo superintendente da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram). O engenheiro civil José Carlos Rauen (foto) assume o cargo amanhã às 16 horas, no gabinete de Berger.
Rauen é do ramo: profissional de carreira da Companhia de Águas e Saneamento de Santa Catarina (Casan), preside atualmente o Sindicato dos Engenheiros do Estado de Santa Catarina (Senge).
SAIBA MAIS
A Floram é um dos nós da administração de Dário Berger. O ex-superintendente e funcionários da fundação foram presos em maio deste ano, durante a Operação Moeda Verde, sob a acusação de intermediarem licenças ambientais para grandes empreendimentos em Florianópolis.
A atuação da fundação é considerada fundamental para salvar a capital catarinense. Florianópolis está esgotada, com sérios problemas estruturais provocados pela preocupante explosão demográfica. Se nada for feito, em poucos anos – talvez menos de uma década – a cidade se tornará inteiramente inviável para viver.
A Floram, o Ibama e a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fatma) são os órgãos responsáveis pelo futuro de Florianópolis, embora não sejam os únicos. Atitudes individuais ou coletivas são indispensáveis para que a cidade atinja um patamar de desenvolvimento sustentável.
É com esse espírito que José Carlos Rauen vai assumir a direção do órgão. Em seus planos, mudanças na própria estrutura da Floram, que pode adotar um outro modelo de gestão, combinado diretamente com as graves questões urbanísticas. “Não adianta só conhecer os problemas; é preciso agir para evitar que eles se multipliquem e acabem comprometendo o que Florianópolis tem de melhor, justamente o meio ambiente”, disse o engenheiro há pouco para este blogueiro.
Rauen é do ramo: profissional de carreira da Companhia de Águas e Saneamento de Santa Catarina (Casan), preside atualmente o Sindicato dos Engenheiros do Estado de Santa Catarina (Senge).
SAIBA MAIS
A Floram é um dos nós da administração de Dário Berger. O ex-superintendente e funcionários da fundação foram presos em maio deste ano, durante a Operação Moeda Verde, sob a acusação de intermediarem licenças ambientais para grandes empreendimentos em Florianópolis.
A atuação da fundação é considerada fundamental para salvar a capital catarinense. Florianópolis está esgotada, com sérios problemas estruturais provocados pela preocupante explosão demográfica. Se nada for feito, em poucos anos – talvez menos de uma década – a cidade se tornará inteiramente inviável para viver.
A Floram, o Ibama e a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fatma) são os órgãos responsáveis pelo futuro de Florianópolis, embora não sejam os únicos. Atitudes individuais ou coletivas são indispensáveis para que a cidade atinja um patamar de desenvolvimento sustentável.
É com esse espírito que José Carlos Rauen vai assumir a direção do órgão. Em seus planos, mudanças na própria estrutura da Floram, que pode adotar um outro modelo de gestão, combinado diretamente com as graves questões urbanísticas. “Não adianta só conhecer os problemas; é preciso agir para evitar que eles se multipliquem e acabem comprometendo o que Florianópolis tem de melhor, justamente o meio ambiente”, disse o engenheiro há pouco para este blogueiro.
Roendo as unhas
A grande notícia da semana veio do Tribunal Superior Eleitoral, na noite desta terça-feira: os mandatos dos detentores de cargos majoritários (governadores, senadores, prefeitos e presidente da República) também pertencem aos partidos. Ótimo, porque significa o fim da bandalheira geral em que se transformou a política brasileira.
Não se sabe exatamente ainda a partir de que data a decisão terá validade. O próprio presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Mello, admite duas possibilidades: a retroatividade a 27 de março, quando saiu a decisão quanto aos mandatos legislativos; ou o 16 de outubro, que foi a data em que o tribunal bateu o martelo sobre os cargos executivos.De qualquer maneira, os campeões de troca-troca devem estar roendo as unhas. O prefeito de Florianópolis, Dário Berger, que está no quarto partido (mudou no início deste mês para o PMDB), é um deles.
Não se sabe exatamente ainda a partir de que data a decisão terá validade. O próprio presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Mello, admite duas possibilidades: a retroatividade a 27 de março, quando saiu a decisão quanto aos mandatos legislativos; ou o 16 de outubro, que foi a data em que o tribunal bateu o martelo sobre os cargos executivos.De qualquer maneira, os campeões de troca-troca devem estar roendo as unhas. O prefeito de Florianópolis, Dário Berger, que está no quarto partido (mudou no início deste mês para o PMDB), é um deles.
Bossa-nova, um patrimônio mundial
A bossa-nova, como o samba, também é patrimônio cultural do Rio de Janeiro. É pouco. Deveria ser do mundo inteiro. O movimento que revolucionou a música brasileira comemora 50 anos em 2008.
É interessante que, na Internet, quando se digita jazz nas buscas de torrents, a bossa-nova sempre aparece em destaque – Tom Jobim, claro, como o nome mais forte do gênero. Não é jazz, é quase, é tudo.
É interessante que, na Internet, quando se digita jazz nas buscas de torrents, a bossa-nova sempre aparece em destaque – Tom Jobim, claro, como o nome mais forte do gênero. Não é jazz, é quase, é tudo.
Imagem: capa do disco “Chega de Saudade”, o primeiro LP de João Gilberto, um marco na história da bossa-nova. A imagem não foi captada da Internet: foto do LP, que integra meu precioso acervo (comprei por R$ 1 numa loja de móveis usados).
terça-feira, 16 de outubro de 2007
Vísceras da política
Realmente, a leitura Bruxinha Nova tem razão: a leitura do blog do Vieirão (ex-deputado estadual Antônio Carlos Vieira) é obrigatória. A página não é publicada todos os dias, mas quando sai é um deus-nos-acuda: pauleira para todos os lados. Na de ontem, que acabei de ler por indicação da Bruxinha Nova, um papo muito bem fundamentado sobre o aeroporto Hercílio Luz – o mais movimentado do Estado e que funciona precariamente: por que ficou de fora do PAC e o de Joinville (terra do governador!) não?
"O aeroporto de Florianópolis movimentou até agosto deste ano 1.274.123 passageiros e 8.300 toneladas de carga, contra 160.767 passageiros e 314 toneladas de carga em Joinville", informa o blog do Vieirão.
E prossegue: "Uma pergunta é inevitável: Florianópolis foi trocada por Joinville no balcão de negócios do governo Federal?"
"O aeroporto de Florianópolis movimentou até agosto deste ano 1.274.123 passageiros e 8.300 toneladas de carga, contra 160.767 passageiros e 314 toneladas de carga em Joinville", informa o blog do Vieirão.
E prossegue: "Uma pergunta é inevitável: Florianópolis foi trocada por Joinville no balcão de negócios do governo Federal?"
O dito – e uma explicação
Nada contra o apresentador Hélio Costa: o que quis dizer, no post anterior, é relativo ao excesso de “varejo” policial nessas produções televisivas. No caso dos meninos que foram presos por engano (ou injustiça, só porque eram pobres), o Hélio até se saiu muito bem, abordando a história com muito bom humor.
Varejinho policial
Outro dia, conversava com um amigo, veterano repórter policial. A certa altura, ele me fez uma observação muito interessante: o noticiário policial está irremediavelmente banalizado. O que nós chamávamos de “varejo” (ou matérias sobre “ladrões de galinha” ou “pés-de-chinelo”) virou um padrão geral nesses programas que as emissoras de televisão insistem em produzir todos os dias, pela manhã, à tarde e à noite.
Apesar de concordar com meu amigo, de vez em quando dou uma zapeada (ou zapiada) pelos canais. Hoje, parei no Hélio Costa. Numa matéria, a apreensão de uma máquina caça-níquel em Palhoça. O equipamento ficava dentro de uma mala (tipo um notebook gigante). A esperteza dos donos da máquina: chegou a polícia, é só fechar a mala. São uns malas mesmo, esses que se julgam acima da lei e da ordem.
Na outra matéria, a antimatéria: um grupo de adolescentes foi apreendido ontem à noite, na Praia de Fora (Palhoça), enquanto saboreava um churrasquinho. O próprio Hélio sentiu que a pauta não era pauta (mas o programa tem que ter matérias para apresentar): os garotos foram presos por engano. Na verdade, houve um arrombamento numa residência próxima à casa em que eles estavam. Como estavam se divertindo muito, a polícia achou que eles eram os autores do crime. Não eram. Passaram a noite acorrentados às colunas da delegacia de polícia, rindo da própria desgraça.
Apesar de concordar com meu amigo, de vez em quando dou uma zapeada (ou zapiada) pelos canais. Hoje, parei no Hélio Costa. Numa matéria, a apreensão de uma máquina caça-níquel em Palhoça. O equipamento ficava dentro de uma mala (tipo um notebook gigante). A esperteza dos donos da máquina: chegou a polícia, é só fechar a mala. São uns malas mesmo, esses que se julgam acima da lei e da ordem.
Na outra matéria, a antimatéria: um grupo de adolescentes foi apreendido ontem à noite, na Praia de Fora (Palhoça), enquanto saboreava um churrasquinho. O próprio Hélio sentiu que a pauta não era pauta (mas o programa tem que ter matérias para apresentar): os garotos foram presos por engano. Na verdade, houve um arrombamento numa residência próxima à casa em que eles estavam. Como estavam se divertindo muito, a polícia achou que eles eram os autores do crime. Não eram. Passaram a noite acorrentados às colunas da delegacia de polícia, rindo da própria desgraça.
Dia chuvoso
Qual a melhor alternativa para um fundo musical enquanto trabalhamos? Hoje fui de Nina Simone, Frank Sinatra e Neil Young. Foi uma boa experiência ouvir o barulhão da chuva com essa turma me ajudando a buscar inspiração.
Lembrando Cascaes
Além das homenagens a Martinho de Haro, outro centenário começa a ser comemorado: o de Franklin Cascaes, que nasceu em 16 de outubro de 1908. Cascaes era professor, artista e pesquisador da cultura popular catarinense. Ninguém se dedicou com tanto empenho à preservação das tradições culturais do Estado como ele. [O retrato de Cascaes, acima, é de Maurílio Roberge. Enviado pela Fundação Franklin Cascaes, a fundação cultural de Florianópolis].
Pólvora seca
O prefeito de Florianópolis, Dário Berger, estava visivelmente chateado na segunda-feira. Numa entrevista à rádio CBN-Diário, fez questão de demonstrar seu enfado. Quem conhece Berger, sabe que ele só não solta o verbo em cima dos repórteres porque a liturgia do cargo que ocupa não permite.
Mudanças na mídia
Novas mudanças na mídia catarinense – e não é nada relativo ao veterano jornal O Estado. Há muito ti-ti-ti nos bastidores sobre o avanço da rede Record no mercado de Santa Catarina. Os bispos da Universal estão aumentando seus tentáculos na área televisiva e radiofônica, adquirindo participação numa importante rede estadual. Mas se fala muito também que eles podem adquirir um jornal catarinense ou lançar um novo jornal diário em Florianópolis. Nada a ver com a religião deles. São negócios mesmo.
Mistério
Como era esperado, os principais analistas políticos do Estado estão intrigados com o segredo de Justiça envolvendo o inquérito da Operação Moeda Verde. Há especulações de que houve interferências decisivas para evitar a o resultado das investigações.
Para os leitores que não conhecem o assunto: em maio deste ano, a Polícia Federal desencadeou uma operação chamada de Moeda Verde, prendendo 22 pessoas em Florianópolis, entre empresários, autoridades (inclusive dois vereadores) e funcionários públicos. Todos foram acusados pelo Ministério Público Federal de participar de um esquema de liberação de licenças ambientais para grandes empreendimentos na cidade. O inquérito foi encerrado ontem e a documentação encaminhada à Justiça Federal.
Para os leitores que não conhecem o assunto: em maio deste ano, a Polícia Federal desencadeou uma operação chamada de Moeda Verde, prendendo 22 pessoas em Florianópolis, entre empresários, autoridades (inclusive dois vereadores) e funcionários públicos. Todos foram acusados pelo Ministério Público Federal de participar de um esquema de liberação de licenças ambientais para grandes empreendimentos na cidade. O inquérito foi encerrado ontem e a documentação encaminhada à Justiça Federal.
A crueldade dos pescadores
Leitor me provoca: não vou falar nada sobre a crueldade que os pescadores da Barra da Lagoa cometeram contra uma fêmea de tubarão-martelo (imagens registradas por um cinegrafista amador e divulgadas pela RBS TV)? Não, leitor, não vou dizer nada. A única novidade que vimos ali foram as imagens, porque no mundo da pesca nada disso é estranho. Até, pelo que soubemos, a barbaridade cometida não é crime ambiental, porque não há leis protegendo o tubarão-martelo. O que não anula a nossa impressão sobre a crueldade humana – e isso não tem nada a ver com manezinho ou não-manezinho. Os povos que mais maltratam animais no mundo são os desenvolvidos norte-americanos e japoneses...
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
Moeda Verde: só os papéis
De concreto, apenas um monte de pastas, com mais de mil páginas do inquérito policial. Ninguém teve acesso aos documentos produzidos pela Polícia Federal e encaminhados hoje à Justiça Federal. O que se sabe é que as 22 pessoas presas em maio foram indiciadas; nada mais, porque tudo corre em segredo de Justiça.
A justiça da CPMF (e a injustiça do resto)
Gostei do que disse o Arnaldo Jabor outro dia, sobre a CPMF. O comentarista da Globo-CBN colocou a coisa nos seus devidos termos: a CPMF é o tributo mais justo que existe, porque teoricamente "pega" todos de maneira indistinta, inclusive a economia informal. O erro, portanto, não está na CPMF, como faz crer o DEM, mas no perfil tributário como um todo, no acúmulo histórico de impostos. A solução é uma só: reforma tributária.
A causa
Há muita curiosidade em torno do que a polícia deve apurar sobre o acidente ocorrido na terça-feira passada, no Extremo-Oeste catarinense. A grande questão é relativa ao trajeto percorrido pelo caminhão causador do segundo acidente. Como foi possível ao motorista não ter percebido nada em mais de dois quilômetros de rodagem? Um caminhão sem freios não consegue parar com o freio-motor (reduzindo marchas) em dois quilômetros de pista?
Prumo
O Senado começa hoje uma nova vida, com Tião Viana (PT-AC) no comando.
As mágoas são imensas – Renan Calheiros fez muito mal à democracia –, mas é quase certo que os senadores conseguirão reencontrar o prumo.
As mágoas são imensas – Renan Calheiros fez muito mal à democracia –, mas é quase certo que os senadores conseguirão reencontrar o prumo.
Já começou
O apagão previsto para a temporada de veraneio já começou. Em muitas cidades catarinenses, especialmente as litorâneas, são registrados cortes periódicos e inexplicáveis de energia. Duram alguns minutos, mas causam preocupação entre moradores, comerciantes e hoteleiros.
Ainda a propósito: empresas que alugam ou vendem geradores estão intensificando campanhas publicitárias nas emissoras de rádio e nos jornais.
Ainda a propósito: empresas que alugam ou vendem geradores estão intensificando campanhas publicitárias nas emissoras de rádio e nos jornais.
Silêncio
Será que alguém, entre os citados no inquérito da Polícia Federal sobre a Operação Moeda Verde, terá coragem de desqualificar a instituição policial e a Justiça Federal?
Clima de expectativa é grande na cidade. Há muitos silêncios reveladores por aí.
A conclusão do inquérito deve ser apresentada no dia de hoje.
Clima de expectativa é grande na cidade. Há muitos silêncios reveladores por aí.
A conclusão do inquérito deve ser apresentada no dia de hoje.
Cultura é cidadania
Mais de 200 jovens, crianças inclusive, participaram do 1º Festival de Dança Abydus, em Itajaí, no fim de semana. Teve de tudo: dança clássica, bolero, tango, folclórica, street, funk, hip hop, contemporânea. O teatro municipal esteve lotado, com gente aplaudindo sem parar os mais de 20 grupos que se apresentaram.
domingo, 14 de outubro de 2007
A China, sempre a China
Matéria do G1 diz: "Qualidade de alimentos chineses preocupa EUA".
A questão é grave, por envolver alimentos. Mas já temos a prova de que também os brinquedos (como as confecções e alguns eletroeletrônicos) não têm qualquer tipo de controle de qualidade.
A rede Giraffa's, por exemplo, distribui como brinde para as crianças - um receptor de FM que só tem duas opções de volume: hi e lo (alto e baixo). O baixo é capaz de causar surdez num adulto, imagine-se numa criança. Procedência do "brinquedo assassino": China.
Também a rede McDonald's é campeã em presentear crianças com brinquedinhos chineses de péssima qualidade e durabilidade.
Deveria existir uma lei que proibisse essas lanchonetes de distribuir mimos perigosos para as crianças. Por que não ofertam livros infantis nacionais que, adquiridos em grandes quantidades, saem tão barato quanto essas inutilidades chinesas? Crianças adoram ler e as redes de fast food faturariam institucionalmente, agregando valor cultural às suas marcas.
A questão é grave, por envolver alimentos. Mas já temos a prova de que também os brinquedos (como as confecções e alguns eletroeletrônicos) não têm qualquer tipo de controle de qualidade.
A rede Giraffa's, por exemplo, distribui como brinde para as crianças - um receptor de FM que só tem duas opções de volume: hi e lo (alto e baixo). O baixo é capaz de causar surdez num adulto, imagine-se numa criança. Procedência do "brinquedo assassino": China.
Também a rede McDonald's é campeã em presentear crianças com brinquedinhos chineses de péssima qualidade e durabilidade.
Deveria existir uma lei que proibisse essas lanchonetes de distribuir mimos perigosos para as crianças. Por que não ofertam livros infantis nacionais que, adquiridos em grandes quantidades, saem tão barato quanto essas inutilidades chinesas? Crianças adoram ler e as redes de fast food faturariam institucionalmente, agregando valor cultural às suas marcas.
sábado, 13 de outubro de 2007
Paulo Autran
O ator Paulo Autran, morto ontem, numa capa de livro que, para mim, sintetiza a beleza de sua personalidade teatral. A peça Liberdade, Liberdade foi encenada em abril de 1965, no Rio de Janeiro, com Autran, Nara Leão, Tereza Rachel e Oduvaldo Vianna Filho no elenco. Era uma colagem de textos de Rangel, Millôr e outros autores. Foi um marco na resistência artística à ditadura militar
Paulo Autran, o melhor ator do País, tanto podia interpretar um clássico de Shakespeare quanto o texto de um jovem autor brasileiro. Com sua experiência e gabarito, ele gostava de prestigiar os novos talentos. Foi assim que, no início da década de 1980, tive oportunidade de conhecer o grande artista um pouco mais de perto, embora muito rapidamente. Àquela época, trabalhei em São Paulo com um dos jovens autores nacionais, José Saffiotti Filho, que escreveu uma das peças de maior sucesso nos anos 1970 – “A Rainha do Rádio”. Querendo dar um plus à sua carreira, Saffiotti produziu um texto sob medida para Autran, de alta dramaticidade, com personagens fortes e diálogos densos, filosóficos. Fizemos uma leitura dramática (não lembro bem, mas acho que no teatro da Faap), com a presença de um bom público. Foi o primeiro teste da peça, que não tinha o impacto popular de “A Rainha do Rádio”, mas que poderia – segundo imaginava Saffiotti – atrair um público mais maduro, interessado em profundas reflexões sobre o sentido da vida e, mais que isso, com Autran no palco.
Saffiotti se encontrou várias vezes com o ator. Autran ligava para nosso trabalho pelo menos duas vezes por semana, para saber como estavam os preparativos (produção, cenografia, assessoria de imprensa – esta, de minha responsabilidade – etc.). Infelizmente, quando tudo já estava bem adiantado, Autran telefonou um dia para dizer que havia pensado melhor, que tinha outros projetos, que aquela peça de Saffiotti poderia, quem sabe, ser produzida no ano seguinte... Nem preciso dizer que o autor entrou em parafuso, ficou chateado, deprimido, perdeu inteiramente o estímulo – e engavetou aquela peça, que nunca foi encenada, porque havia sido escrita para Paulo Autran. Eu, da mesma forma, também custei a superar o epsiódio, porque já tinha me envolvido emocional e profissionalmente com o projeto.
Mas era preciso seguir adiante. Saffiotti esqueceu o assunto, dedicou-se a outras peças, menos ambiciosas, e eu procurei me concentrar na literatura e na música. Em suma, desisti do teatro – do qual já havia desistido uma vez antes, na década de 1970.
Minha admiração por Autran, no entanto, nunca se abalou. Sempre fui tiete dele. Todas as vezes que veio a Florianópolis, pôde contar com minha presença na platéia, para aplaudir a beleza de seu talento. Assistir a sua interpretação em “A Tempestade”, de Shakespeare, foi um momento marcante de minha vida.
Paulo Autran, o melhor ator do País, tanto podia interpretar um clássico de Shakespeare quanto o texto de um jovem autor brasileiro. Com sua experiência e gabarito, ele gostava de prestigiar os novos talentos. Foi assim que, no início da década de 1980, tive oportunidade de conhecer o grande artista um pouco mais de perto, embora muito rapidamente. Àquela época, trabalhei em São Paulo com um dos jovens autores nacionais, José Saffiotti Filho, que escreveu uma das peças de maior sucesso nos anos 1970 – “A Rainha do Rádio”. Querendo dar um plus à sua carreira, Saffiotti produziu um texto sob medida para Autran, de alta dramaticidade, com personagens fortes e diálogos densos, filosóficos. Fizemos uma leitura dramática (não lembro bem, mas acho que no teatro da Faap), com a presença de um bom público. Foi o primeiro teste da peça, que não tinha o impacto popular de “A Rainha do Rádio”, mas que poderia – segundo imaginava Saffiotti – atrair um público mais maduro, interessado em profundas reflexões sobre o sentido da vida e, mais que isso, com Autran no palco.
Saffiotti se encontrou várias vezes com o ator. Autran ligava para nosso trabalho pelo menos duas vezes por semana, para saber como estavam os preparativos (produção, cenografia, assessoria de imprensa – esta, de minha responsabilidade – etc.). Infelizmente, quando tudo já estava bem adiantado, Autran telefonou um dia para dizer que havia pensado melhor, que tinha outros projetos, que aquela peça de Saffiotti poderia, quem sabe, ser produzida no ano seguinte... Nem preciso dizer que o autor entrou em parafuso, ficou chateado, deprimido, perdeu inteiramente o estímulo – e engavetou aquela peça, que nunca foi encenada, porque havia sido escrita para Paulo Autran. Eu, da mesma forma, também custei a superar o epsiódio, porque já tinha me envolvido emocional e profissionalmente com o projeto.
Mas era preciso seguir adiante. Saffiotti esqueceu o assunto, dedicou-se a outras peças, menos ambiciosas, e eu procurei me concentrar na literatura e na música. Em suma, desisti do teatro – do qual já havia desistido uma vez antes, na década de 1970.
Minha admiração por Autran, no entanto, nunca se abalou. Sempre fui tiete dele. Todas as vezes que veio a Florianópolis, pôde contar com minha presença na platéia, para aplaudir a beleza de seu talento. Assistir a sua interpretação em “A Tempestade”, de Shakespeare, foi um momento marcante de minha vida.
sexta-feira, 12 de outubro de 2007
De tudo um pouco
Não volta
Não dava mais para Renan Calheiros. É impressionante que tenha resistido tanto tempo, mas quem acompanha a coisa de perto em Brasília sabe por que essa agonia resistiu 139 dias. Calheiros fez tudo isso porque sabia (e sabe) demais, sobre tudo e sobre todos. Isso inclui Lula e ministros, não só senadores.
Nas bolsas de apostas, aqueles que não acreditam em sua volta à presidência do Senado (este blogueiro incluído) levam grande vantagem.
Festas
Há uma avaliação que se torna cada vez mais forte: as festas de outubro, como aquelas festas de amigos, estão perdendo força. A única que resiste, porque se consagrou, é a Oktoberfest de Blumenau. Nos outros municípios que realizam esse tipo de evento, o que se vê é um relativo amadorismo, uma coisa muito localizada e sem grande apelo para atrair turistas de outras cidades e Estados.
A prova
Se alguém duvida da inviabilidade de Florianópolis é porque nunca teve que enfrentar um engarrafamento como o da saída da cidade, ontem, véspera do feriado. Foi uma antevisão do que vem por aí, em função da temporada de veraneio. Os especialistas e empresários do turismo acreditam que esta vai ser a melhor temporada de todos os tempos na capital catarinense. Significa dizer que muito mais turistas virão, faltará água, energia e espaço nas ruas e avenidas para a circulação de tantos carros.
Folga
O blog volta amanhã (sábado).
Não dava mais para Renan Calheiros. É impressionante que tenha resistido tanto tempo, mas quem acompanha a coisa de perto em Brasília sabe por que essa agonia resistiu 139 dias. Calheiros fez tudo isso porque sabia (e sabe) demais, sobre tudo e sobre todos. Isso inclui Lula e ministros, não só senadores.
Nas bolsas de apostas, aqueles que não acreditam em sua volta à presidência do Senado (este blogueiro incluído) levam grande vantagem.
Festas
Há uma avaliação que se torna cada vez mais forte: as festas de outubro, como aquelas festas de amigos, estão perdendo força. A única que resiste, porque se consagrou, é a Oktoberfest de Blumenau. Nos outros municípios que realizam esse tipo de evento, o que se vê é um relativo amadorismo, uma coisa muito localizada e sem grande apelo para atrair turistas de outras cidades e Estados.
A prova
Se alguém duvida da inviabilidade de Florianópolis é porque nunca teve que enfrentar um engarrafamento como o da saída da cidade, ontem, véspera do feriado. Foi uma antevisão do que vem por aí, em função da temporada de veraneio. Os especialistas e empresários do turismo acreditam que esta vai ser a melhor temporada de todos os tempos na capital catarinense. Significa dizer que muito mais turistas virão, faltará água, energia e espaço nas ruas e avenidas para a circulação de tantos carros.
Folga
O blog volta amanhã (sábado).
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
Desterro, adeus
Quem vive aqui, está acostumado com o visual aí de cima (clicado por mim, esta semana, do alto do Morro da Cruz). Quem vive fora, não faz a mínima idéia do que acontece em Florianópolis. A cidade caminha para a inviabilidade urbana total. Um taxista me disse ontem que levou uma hora para cumprir o trajeto entre o Saco dos Limões, pelo túnel Antonieta de Barros, e o centro da cidade. Coisa de menos de três quilômetros. Pudera: Florianópolis cresceu mais de 50% em dez anos. São emplacados 2.500 carros novos por mês na cidade, chegando à incrível marca de 30 mil veículos ao ano. Mas as ruas são as mesmas: só aumentaram a quantidade de sinaleiras e criaram algumas conversões novas, por conta da construção de novos shoppings. Ah, sim, também construíram um viaduto que começa bem e termina mal – a descida do elevado para a reta das Três Pontes é um funil. Além disso, em horários de rush, os engarrafamentos no sentido da Lagoa da Conceição tornaram-se piores.
Hoje cedo, tive compromisso em São José. Fui de carona com um colega de trabalho. Ida tranqüila, coisa de 15 minutos. Mas a volta, às 10h15, foi um tormento. Tivemos de retornar por Coqueiros, porque a Via Expressa da BR-282 estava completamente parada.
As questões urbanas não se resumem ao trânsito, que vai de mal a pior. Há outros problemas estruturais, gravíssimos, relacionados à ocupação desenfreada e irresponsável da Ilha de Santa Catarina. Junto com essas questões estruturais, vêm também os desafios sociais, a proliferação das comunidades pobres, que criam bairros em áreas de preservação permanente, onde não há ruas, mas servidões precárias; sem esgoto, mas com água encanada, energia e até TV a cabo.
Ninguém faz nada. Quem tem autoridade, tolera, porque o voto fala mais alto. Quem não tem autoridade, tenta organizar a coisa, tenta chamar a população à participação nas discussões sobre o novo plano diretor. Mas nada evolui, nada sai do lugar. Nem os automóveis, presos nos engarrafamentos, nem a população pobre, refém da falta de emprego, de renda e de perspectivas. Assim, marchamos para a inviabilidade. Até o ponto em que, certamente, teremos de desistir de Florianópolis para, quem sabe, reencontrar Desterro em outro lugar, com menos automóveis, mais bicicletas; menos violência, mais solidariedade. Nem que seja em Pasárgada.
Hoje cedo, tive compromisso em São José. Fui de carona com um colega de trabalho. Ida tranqüila, coisa de 15 minutos. Mas a volta, às 10h15, foi um tormento. Tivemos de retornar por Coqueiros, porque a Via Expressa da BR-282 estava completamente parada.
As questões urbanas não se resumem ao trânsito, que vai de mal a pior. Há outros problemas estruturais, gravíssimos, relacionados à ocupação desenfreada e irresponsável da Ilha de Santa Catarina. Junto com essas questões estruturais, vêm também os desafios sociais, a proliferação das comunidades pobres, que criam bairros em áreas de preservação permanente, onde não há ruas, mas servidões precárias; sem esgoto, mas com água encanada, energia e até TV a cabo.
Ninguém faz nada. Quem tem autoridade, tolera, porque o voto fala mais alto. Quem não tem autoridade, tenta organizar a coisa, tenta chamar a população à participação nas discussões sobre o novo plano diretor. Mas nada evolui, nada sai do lugar. Nem os automóveis, presos nos engarrafamentos, nem a população pobre, refém da falta de emprego, de renda e de perspectivas. Assim, marchamos para a inviabilidade. Até o ponto em que, certamente, teremos de desistir de Florianópolis para, quem sabe, reencontrar Desterro em outro lugar, com menos automóveis, mais bicicletas; menos violência, mais solidariedade. Nem que seja em Pasárgada.
Os maiores desastres
Cometi um equívoco ao comentar o acidente do Extremo-Oeste. O maior acidente rodoviário já ocorrido no Estado foi em 12 de janeiro de 2000, envolvendo um ônibus argentino, com saldo de 39 mortos, na BR-470. No dia seguinte aconteceu um outro desastre, também com um coletivo argentino, com outros cinco mortos, no mesmo local (Pouso Redondo).
Mas o acidente com os romeiros, na BR-101, talvez tenha sido o que provocou o maior número de mortos catarinenses antes deste ocorrido ontem, na BR-282. Foi em agosto de 1989: morreram 19 passageiros do ônibus e 34 outros ficaram feridos, na altura de Itapema (e não Tijucas, como informei antes). Em 26 de março do mesmo ano, um choque entre um caminhão e um ônibus da Viação Guaratuba, no quilômetro 85 da BR-101, em Barra Velha, matou 14 pessoas.
[Fonte das informações: arquivo do jornal A Notícia]
Mas o acidente com os romeiros, na BR-101, talvez tenha sido o que provocou o maior número de mortos catarinenses antes deste ocorrido ontem, na BR-282. Foi em agosto de 1989: morreram 19 passageiros do ônibus e 34 outros ficaram feridos, na altura de Itapema (e não Tijucas, como informei antes). Em 26 de março do mesmo ano, um choque entre um caminhão e um ônibus da Viação Guaratuba, no quilômetro 85 da BR-101, em Barra Velha, matou 14 pessoas.
[Fonte das informações: arquivo do jornal A Notícia]
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
A tragédia
Afastado do computador por causa de compromissos externos, só agora posso voltar a escrever sobre o que aconteceu no Extremo-Oeste catarinense. Mas sem muito que comentar a propósito dessa que parece ser a pior tragédia do trânsito de Santa Catarina em todos os tempos (teve o acidente com os romeiros em Tijucas, na década de 1980, mas não posso lembrar a quantidade de mortos).
O que se ouve em todos os cantos, diante do que as emissoras de televisão mostraram, é uma análise muito objetiva: os motoristas dos dois caminhões foram diretamente responsáveis pelos desastres sucessivos. O primeiro morreu e, portanto, não há tanto a explicar, exceto pelos depoimentos dos passageiros do ônibus. Mas o segundo sobreviveu e terá de contar à polícia e à sociedade porque não parou (ou diminuiu a velocidade) se havia sinalização na pista indicando a ocorrência de acidente. Escutei as especulações mais variadas: "Ele estava turbinado", "Tomou boleta", "Estava bêbado". Pouco importa. Ele matou pelo menos 20 pessoas e, dificilmente, cumprirá algum tipo de pena pelo crime cometido. A não ser que a Justiça, finalmente, tenha uma iluminação muito especial para condenar alguém por delito de trânsito.
O que se ouve em todos os cantos, diante do que as emissoras de televisão mostraram, é uma análise muito objetiva: os motoristas dos dois caminhões foram diretamente responsáveis pelos desastres sucessivos. O primeiro morreu e, portanto, não há tanto a explicar, exceto pelos depoimentos dos passageiros do ônibus. Mas o segundo sobreviveu e terá de contar à polícia e à sociedade porque não parou (ou diminuiu a velocidade) se havia sinalização na pista indicando a ocorrência de acidente. Escutei as especulações mais variadas: "Ele estava turbinado", "Tomou boleta", "Estava bêbado". Pouco importa. Ele matou pelo menos 20 pessoas e, dificilmente, cumprirá algum tipo de pena pelo crime cometido. A não ser que a Justiça, finalmente, tenha uma iluminação muito especial para condenar alguém por delito de trânsito.
Já sai tarde
É possível que a união de dezenas (ou centenas) de políticos acabe por produzir algum resultado prático no Congresso Nacional. Só um movimento muito forte, como está ocorrendo, com a união de governistas e oposicionistas, pode provocar uma saída honrosa (ou pouco honrosa) para o persistente senador Renan Calheiros. Se sair da presidência do Senado, já sai tarde.
Heroísmo
O Avaí venceu o Gama na noite de ontem e ganhou até destaque nacional (no G1), porque saiu da zona de rebaixamento.
Miguel Livramento, no quadro que apresenta diariamente na CBN-Diário – dialogando com o âncora Renato Igor – disse tudo na terça-feira: “O Avaí deveria construir um monumento na Ressacada em homenagem ao torcedor avaiano”. De fato, o avaiano é um herói.
Miguel Livramento, no quadro que apresenta diariamente na CBN-Diário – dialogando com o âncora Renato Igor – disse tudo na terça-feira: “O Avaí deveria construir um monumento na Ressacada em homenagem ao torcedor avaiano”. De fato, o avaiano é um herói.
Luto no Oeste
Que tristeza, esse acidente no Extremo-Oeste do Estado, noticiado há pouco pelo Clic RBS. Não há mais detalhes, mas, pelo que se sabia até 22 horas, morreram sete pessoas num choque entre um caminhão e um ônibus. Outras pessoas, que estavam paradas no engarrafamento que se formou, acabaram atingidas por um caminhão que não percebeu o ocorrido. Segundo o Clic, que se baseou em informações da rádio Peperi, de São Miguel do Oeste, não havia ainda detalhes sobre o segundo acidente no mesmo local.
O escândalo dos pedágios
É impressionante a facilidade com que a adoção de pedágios nas rodovias é aceita (e estimulada) por formadores de opinião. A maior parte dos analistas das emissoras de rádio e televisão elogia a medida adotada pelo Governo Federal para se livrar do problema que a manutenção de estradas representa.
No Brasil, a cobrança cumulativa de impostos (o pedágio é um imposto) tornou-se prática comum e nem é mais questionada. O caso da CPMF, um tributo dobrado, porque já existe o IOF com o mesmo objetivo, é um escândalo. O exemplo dos pedágios é outro. E todos, até os mais respeitáveis comentaristas e âncoras nacionais, acham que é assim que se deve fazer.
No Brasil, a cobrança cumulativa de impostos (o pedágio é um imposto) tornou-se prática comum e nem é mais questionada. O caso da CPMF, um tributo dobrado, porque já existe o IOF com o mesmo objetivo, é um escândalo. O exemplo dos pedágios é outro. E todos, até os mais respeitáveis comentaristas e âncoras nacionais, acham que é assim que se deve fazer.
Dúvida
Até quando Renan Calheiros resistirá à pressão da sociedade, da mídia e de seus colegas de Parlamento?
Ele acha que é um herói nacional
O presidente do Senado chamou a imprensa, nesta terça-feira, de “cooperativa da calúnia”.
terça-feira, 9 de outubro de 2007
Mestre Martinho
A partir de hoje, poderemos apreciar, no Museu de Arte de Santa Catarina (Masc), uma exposição com 130 obras de Martinho de Haro. A mostra é comemorativa ao centenário de nascimento do artista plástico, nascido em São Joaquim e que viveu em Florianópolis até sua morte. Martinho foi um dos que melhor retrataram a capital catarinense, em telas, desenhos e murais.
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
Candidatíssimo
A irrequieta Valquíria Guimarães, jornalista que volta e meia é mencionada e criticada na coluna do Cesar Valente, mandou um e-mail curioso hoje para as redações. Curioso e revelador: na mensagem, ela anuncia que o deputado liberal Cesar Souza Júnior será candidato a prefeito de Florianópolis, mesmo que essa ainda seja uma possibilidade (pré-candidatura, que deve depender de negociações de bastidores, alianças, interferência de Jorge Bornhausen e Luiz Henrique etc.).
Vamos à mensagem:
Vamos à mensagem:
“Caros colegas
A partir de hoje, dia 8 de outubro, estou me desligando da assessoria de comunicação do deputado Cesar Souza Junior para assessorar, exclusivamente, o prefeito de Palhoça, Ronério Heiderscheidt em sua campanha para a reeleição.
Como 2008 é ano eleitoral, eu não teria condições de compatibilizar duas campanhas para a majoritária, sendo que o deputado Cesar Souza Junior concorre à prefeitura da Capital e o prefeito de Palhoça, Ronério Heiderscheidt, à reeleição”.
Então tá, Valquíria. Até aqui, o Souza Jr. nunca tinha dito que era candidato a prefeito, apesar de se comportar como tal e de aparecer nas pesquisas pré-eleitorais.
O conselhão do governo
Querendo sempre parecer moderno, o governador Luiz Henrique da Silveira deu posse a um Conselho Consultivo Superior, que tem entre seus figurantes o ex-piloto Nelson Piquet e o jornalista Lucas Mendes, além dos inevitáveis Domenico de Masi e Fernando Marcondes de Mattos (ele mesmo). Estão lá também o ex-senador Jorge Bornhausen, o ex-governador gaúcho Germano Rigotto (não entendi), empresários pesos-pesados e o professor Alcides Abreu, o homem que criou o Banco do Estado de Santa Catarina (Besc), no início da década de 1960.
Ao definir o conselhão como "superior", o governador Luiz Henrique já disse, com todas as letras, que quem não está no conselho é "inferior".
Para falar de uma área que conheço bem, posso dizer com todas as letras que é assim que o governador tem tratado, por exemplo, a cultura catarinense nos últimos quatro anos e meio.
Sem contar o que o governo tem feito pela educação e por outros setores fundamentais, como a saúde.
Se fosse para constituir um conselho dessa natureza, o governador deveria ter chamado para compô-lo algumas pessoas centrais em Santa Catarina, como os ex-governadores (e pouco importa seus partidos), representantes dos sindicatos de servidores, artistas, escritores, professores, aposentados, médicos, jornalistas, estudantes, policiais civis e militares, engenheiros, arquitetos, magistrados etc. e tal (um de cada categoria, é claro). Este sim, seria um conselho superior, pelo menos um conselho superior da cidadania, não das elites empresariais e políticas.
Do jeito que está formado o tal Consult, temos mais um exemplo do espírito de nouveau-richisme do atual governo.
Ao definir o conselhão como "superior", o governador Luiz Henrique já disse, com todas as letras, que quem não está no conselho é "inferior".
Para falar de uma área que conheço bem, posso dizer com todas as letras que é assim que o governador tem tratado, por exemplo, a cultura catarinense nos últimos quatro anos e meio.
Sem contar o que o governo tem feito pela educação e por outros setores fundamentais, como a saúde.
Se fosse para constituir um conselho dessa natureza, o governador deveria ter chamado para compô-lo algumas pessoas centrais em Santa Catarina, como os ex-governadores (e pouco importa seus partidos), representantes dos sindicatos de servidores, artistas, escritores, professores, aposentados, médicos, jornalistas, estudantes, policiais civis e militares, engenheiros, arquitetos, magistrados etc. e tal (um de cada categoria, é claro). Este sim, seria um conselho superior, pelo menos um conselho superior da cidadania, não das elites empresariais e políticas.
Do jeito que está formado o tal Consult, temos mais um exemplo do espírito de nouveau-richisme do atual governo.
Flor do Lácio
Festas de outubro são apresentadas como expressões da cultura catarinense. Em Itajaí, a Marejada é vendida há 21 anos como a maior festa portuguesa do Brasil. Mas os quiosques de alimentação e bebidas não estão nem aí para a língua-mãe. Veja as provas nas duas imagens. (E o slogan da Marejada em 2007 é "Itajaí, um porto de cultura").
Efeito bumerangue
No momento em que o Supremo Tribunal Federal decidiu que os mandatos pertencem aos partidos, impondo uma certa decência à atividade política, surgem reflexões e mais reflexões a propósito desta nova etapa na história da nossa tão desacreditada democracia.
Exemplo: por que um homem de partido, como Luiz Henrique da Silveira, estimula e abençoa infidelidades partidárias – dentro da própria coligação que o apóia – levando para o PMDB um político notoriamente sem personalidade, como o prefeito de Florianópolis, Dário Berger?
O objetivo nem é aumentar a base de apoio, porque LHS não precisa mais disso. A cooptação de Berger, na verdade, serve para ampliar o esquema de poder em torno do governador, tornando-o teoricamente mais forte, em especial em Florianópolis, cidade que nunca lhe foi muito simpática.
Mas o feitiço, garantem florianopolitanos da gema, pode virar contra o feiticeiro, muito mais rápido do que se imagina. Nada como uma boa derrota nas urnas para recolocar certos políticos no seu devido lugar.
Exemplo: por que um homem de partido, como Luiz Henrique da Silveira, estimula e abençoa infidelidades partidárias – dentro da própria coligação que o apóia – levando para o PMDB um político notoriamente sem personalidade, como o prefeito de Florianópolis, Dário Berger?
O objetivo nem é aumentar a base de apoio, porque LHS não precisa mais disso. A cooptação de Berger, na verdade, serve para ampliar o esquema de poder em torno do governador, tornando-o teoricamente mais forte, em especial em Florianópolis, cidade que nunca lhe foi muito simpática.
Mas o feitiço, garantem florianopolitanos da gema, pode virar contra o feiticeiro, muito mais rápido do que se imagina. Nada como uma boa derrota nas urnas para recolocar certos políticos no seu devido lugar.
Naftalina
– Segundo mandato cheira a naftalina.
A frase, muito ouvida por aí, se aplica tanto a Lula quanto a Luiz Henrique. Os dois se reelegeram, os governos continuaram, mas não há novidades, não há nada que cause impacto ou que aparente mudança. É tudo a mesma coisa, a mesma chatice, o mesmo cheiro de coisa guardada. E, em certos aspectos, o segundo mandato costuma ser muito pior que o primeiro.
A frase, muito ouvida por aí, se aplica tanto a Lula quanto a Luiz Henrique. Os dois se reelegeram, os governos continuaram, mas não há novidades, não há nada que cause impacto ou que aparente mudança. É tudo a mesma coisa, a mesma chatice, o mesmo cheiro de coisa guardada. E, em certos aspectos, o segundo mandato costuma ser muito pior que o primeiro.
domingo, 7 de outubro de 2007
Seu Arnoldo do boi-de-mamão
No Brasil de tantos maus exemplos, o homem de chapéu (imagem superior) é um herói. Aos 87 anos, Arnoldo José Pereira coordena o Grupo Folclórico do bairro Cordeiros, em Itajaí. Desde menino, vendo pai e avô envolvidos com o boi-de-mamão, Arnoldo vive sua vida em função dessa tradição cultural litorânea. Homens como ele são únicos. Por causa da idade, e dos problemas naturais de mobilidade, não pode mais orientar os garotos e garotas que integram o boi-de-mamão. Delegou a responsabilidade para uma moça, que está com ele há cinco anos. Mas ficou com o microfone: é o cantador oficial do grupo folclórico. Feliz, ele comandou uma apresentação no parque da Marejada, em Itajaí, neste fim de semana (imagem de baixo).
sábado, 6 de outubro de 2007
A reforma política na prática
Aparecem agora argumentos de que o Supremo Tribunal Federal não agiu corretamente, ao determinar que os mandatos pertencem aos partidos, não aos políticos. No entendimento de alguns, o ministro Tarso Genro entre eles, o STF está legislando, ou seja, extrapolando de suas funções.
E daí, doutor ministro? Se o Congresso Nacional (de onde Vossa Excelência está licenciado) empurra a reforma política com a barriga há anos, não está na hora de homens de verdade tomarem algum tipo de atitude para que a democracia brasileira comece a ser aperfeiçoada?
Na próxima terça-feira, o STF vai julgar se os detentores de cargos executivos também pode ser punidos. Caso positivo, o prefeito Dário Berger corre o risco de ter sua candidatura à reeleição impugnada pela Justiça Eleitoral. Seria uma bela lição para quem não pára sentado em nenhum partido.
E daí, doutor ministro? Se o Congresso Nacional (de onde Vossa Excelência está licenciado) empurra a reforma política com a barriga há anos, não está na hora de homens de verdade tomarem algum tipo de atitude para que a democracia brasileira comece a ser aperfeiçoada?
Na próxima terça-feira, o STF vai julgar se os detentores de cargos executivos também pode ser punidos. Caso positivo, o prefeito Dário Berger corre o risco de ter sua candidatura à reeleição impugnada pela Justiça Eleitoral. Seria uma bela lição para quem não pára sentado em nenhum partido.
Arte, vida e morte
Um ator-dublê, que participava daquelas reconstituições do Linha Direta, morreu no Rio de Janeiro: foi assassinado por traficantes, porque não respeitou o toque de recolher imposto numa das favelas da cidade.
Vocação
Se tem alguém que se deu bem neste país, ultimamente, este alguém foi a jornalista Mônica Veloso. Além de posar para a Playboy – a revista deve bater recorde de vendas na semana que vem –, ela pretende atuar como atriz nas telenovelas da Globo.
Está aí: nada mais global do que essa farsa que envolve Renan Calheiros, filha fora do casamento, chantagens, espionagem, muita grana e poder.
Está aí: nada mais global do que essa farsa que envolve Renan Calheiros, filha fora do casamento, chantagens, espionagem, muita grana e poder.
Jornalismo light
Silmara, loira que atuou no É o Tchan!, está se dedicando ao curso de jornalismo. Diz que depois de formada pretende se dedicar ao jornalismo light, “o esportivo, talvez”. Mas que interessante: jornalismo light?
GPS é a moda automotiva
O Globo destaca que o GPS é item cada vez mais procurado por motoristas, por causa das facilidades que o equipamento oferece.
Quando a Santa Fé e a Ponto 1 lançaram o novo Vectra GT em Florianópolis tive a oportunidade de conferir o mimo, que é item de série nesse automóvel da GM. Genial, como tudo que se relaciona à alta tecnologia.
Está virando moda, porque facilita a vida dos preguiçosos em geral, aqueles que não têm paciência para folhear um guia rodoviário ou urbano. Ao chegar a São Paulo, no início da década de 1980, eu só conhecia o centro velho da cidade. Fui a uma banca, comprei um guia e, durante semanas, dediquei-me a estudá-lo. Conheci a capital paulista inteira graças àquele livrão, que carregava no porta-luvas do meu valente Corcel preto. Era o GPS da época.
Quando a Santa Fé e a Ponto 1 lançaram o novo Vectra GT em Florianópolis tive a oportunidade de conferir o mimo, que é item de série nesse automóvel da GM. Genial, como tudo que se relaciona à alta tecnologia.
Está virando moda, porque facilita a vida dos preguiçosos em geral, aqueles que não têm paciência para folhear um guia rodoviário ou urbano. Ao chegar a São Paulo, no início da década de 1980, eu só conhecia o centro velho da cidade. Fui a uma banca, comprei um guia e, durante semanas, dediquei-me a estudá-lo. Conheci a capital paulista inteira graças àquele livrão, que carregava no porta-luvas do meu valente Corcel preto. Era o GPS da época.
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
A barca peemedebista e seus novos passageiros
Informação divulgada há pouco pelo colunista Moacir Pereira na CBN-Diário: prefeito Dário Berger, vice Bita Pereira, secretários e alguns vereadores migraram hoje (um ano antes da eleição municipal) para o PMDB.
Fazia tempo que Berger não se sentia bem no PSDB, partido que nunca engoliu seu estilo e que, em Florianópolis, chegou a ser de centro-esquerda num passado não muito distante. (Integrou a Frente Popular, de sustentação do governo de Sérgio Grando).
Um dia depois da decisão do STF, de que o mandato pertence ao partido, não ao político, Berger comprova a tese de que não é um homem de partido: já foi do PL, PFL, PSDB e, agora, é peemedebista de carteirinha.
Quem não deve estar feliz – como nunca esteve nos últimos anos – é o ex-prefeito Edison Andrino, que sempre foi a grande liderança peemedebista em Florianópolis. Andrino vem sendo continuadamente desrespeitado pelo líder maior de sua legenda, Luiz Henrique da Silveira, que patrocinou a migração de Berger para o PMDB.
Fazia tempo que Berger não se sentia bem no PSDB, partido que nunca engoliu seu estilo e que, em Florianópolis, chegou a ser de centro-esquerda num passado não muito distante. (Integrou a Frente Popular, de sustentação do governo de Sérgio Grando).
Um dia depois da decisão do STF, de que o mandato pertence ao partido, não ao político, Berger comprova a tese de que não é um homem de partido: já foi do PL, PFL, PSDB e, agora, é peemedebista de carteirinha.
Quem não deve estar feliz – como nunca esteve nos últimos anos – é o ex-prefeito Edison Andrino, que sempre foi a grande liderança peemedebista em Florianópolis. Andrino vem sendo continuadamente desrespeitado pelo líder maior de sua legenda, Luiz Henrique da Silveira, que patrocinou a migração de Berger para o PMDB.
Falta de criatividade
Anteontem, Lula reconheceu que está sendo repetitivo nos seus discursos. Ele sabe que não é fácil ser original sempre, porque a criatividade anda meio “travada”.
Hoje, no ato de incorporação do Besc ao Banco do Brasil, ele mostrou que realmente está cansativo.
Não vou perder muito tempo nem abusar da paciência dos leitores.
Duas frases:
– Os empresários dizem que não gostam de política. (Mas) quase todo empresário tem uma bancada de deputado (sic).
– O Besc está namorando bem. O Banco do Brasil é a noiva que todos queriam.
Ufanista como sempre, Lula só não disse que quem vai pagar a conta pela incorporação - algo em torno de R$ 1 bilhão - será o povo brasileiro.
Hoje, no ato de incorporação do Besc ao Banco do Brasil, ele mostrou que realmente está cansativo.
Não vou perder muito tempo nem abusar da paciência dos leitores.
Duas frases:
– Os empresários dizem que não gostam de política. (Mas) quase todo empresário tem uma bancada de deputado (sic).
– O Besc está namorando bem. O Banco do Brasil é a noiva que todos queriam.
Ufanista como sempre, Lula só não disse que quem vai pagar a conta pela incorporação - algo em torno de R$ 1 bilhão - será o povo brasileiro.
Queridinho
Luiz Henrique da Silveira discursou antes de Lula no ato de incorporação do Besc ao Banco do Brasil. Feliz da vida, porque vai resolver algumas encrencas financeiras mais imediatas, LHS saudou deputados, senadores e outros políticos presentes. Quanto aos prefeitos, citou seu queridinho – Volnei Morastoni (PT), de Itajaí – para cumprimentar, com a menção do nome dele, todos os outros que estavam no Teatro Ademir Rosa. A citação de Morastoni dá a dimensão exata de quem é que o governador prestigia em Santa Catarina: ninguém do PMDB, ninguém do PSDB, tampouco do DEM. É um petista.
Só na vontade
Tem muita gente em Florianópolis, que conheceu e conviveu com o líder metalúrgico nos anos 1980, que gostaria de ter um dedinho de prosa com o presidente Lula, de passagem hoje pela Ilha de Santa Catarina. Se isso fosse possível, ia ser uma prosa pesada, é verdade.
Lula está na cidade para assinar o ato de incorporação do Besc pelo Banco do Brasil. Com esta providencial ajuda a Santa Catarina, leva, de quebra, a compreensão política do governador Luiz Henrique, que assim deixa de lhe fazer oposição direta.
Lula está na cidade para assinar o ato de incorporação do Besc pelo Banco do Brasil. Com esta providencial ajuda a Santa Catarina, leva, de quebra, a compreensão política do governador Luiz Henrique, que assim deixa de lhe fazer oposição direta.
Flutuação ideológica
Vinicius Lummertz Silva, também conhecido como “o querido”, tem uma história de flutuação partidária que deixa qualquer um boquiaberto. Foi do PDT, do PFL, do PPS e, agora, é do PMDB. Ele é o secretário de Articulação Internacional do Governo do Estado.
A grande festa
E antes que nos esqueçamos, é bom lembrar que começa hoje em Blumenau a tradicional Oktoberfest, na minha conta a única que realmente vingou em Santa Catarina (as outras, deficitárias, estão reduzindo seu tempo de duração).
Na imagem, abertura de uma Oktoberfest há uns cinco ou seis anos. Foto do João Felipe.
Na imagem, abertura de uma Oktoberfest há uns cinco ou seis anos. Foto do João Felipe.
Eles se divertem
Enquanto Blumenau dá a largada para a melhor das festas de outubro, aqui em Biguaçu acontece hoje a OktoberTchê! Nem precisa explicar do que se trata, não é mesmo?
Homens de partido
Confirmada a tendência: o STF decidiu que os mandatos pertencem aos partidos. Que certos políticos aprendam e se enquadrem. Que sigam o exemplo de peemedebistas, petistas, comunistas, progressistas e socialistas históricos, gente como Luiz Henrique, Pedro Simon, Lula, Eduardo Suplicy, Aldo Rebelo, Esperidião Amin e Roberto Freire – exemplos de homens públicos que nunca traíram suas legendas: são homens de partido.
Decisão no STF
O julgamento da questão da fidelidade partidária continua no Supremo Tribunal Federal, mas já há uma tendência: como esperado, a decisão final dos ministros vai determinar que os mandatos pertencem aos partidos. A retroatividade fica restrita ao dia 27 de março deste ano, quando o Tribunal Superior Eleitoral estipulou a norma. Assim, os deputados catarinenses que traíram suas legendas, buscando oportuno abrigo em novos partidos, não perderão seus direitos.
Mas que fique a lição: os mandatos pertencem, sim, aos partidos. Só assim será possível construir uma democracia sólida e à prova de tentações. Coisa que o Brasil não conhece.
Mas que fique a lição: os mandatos pertencem, sim, aos partidos. Só assim será possível construir uma democracia sólida e à prova de tentações. Coisa que o Brasil não conhece.
A sacada do DEM
Muito inteligente a propaganda do DEM, que tem o prefeito do Rio, César Maia, como estrela, a propósito da violência no Brasil. Maia diz que o País não produz cocaína nem armas pesadas. Os instrumentos da violência entram pelas fronteiras. Portanto, a questão de evitar o ingresso de cocaína e armas pesadas é federal, é de Estado, não é de municípios nem Estados.
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